
Aos 64 anos, Tony Bellotto, recebeu diagnóstico de câncer de pâncreas. O órgão é responsável pela produção de insulina e de enzimas que auxiliam na digestão de gorduras. Segundo o Ministério da Saúde (MS), por ser de difícil detecção e ter comportamento agressivo, o tumor apresenta alta taxa de mortalidade. O guitarrista dos Titãs informou aos fãs, por meio de um vídeo, que iniciará tratamento.
O câncer de pâncreas é um tumor de evolução silenciosa em seus estágios iniciais e, quando mais avançados, a localização pode causar diferentes sintomas. O principal tipo de tumor do pâncreas é o adenocarcinoma, responsável por mais de 90% dos casos.
No Brasil, conforme dados do MS, sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de pâncreas ocupa a 14ª posição entre os tipos mais frequentes. A doença é responsável por cerca de 1% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 5% do total de mortes.
O diagnóstico da doença geralmente envolve uma série de exames e procedimentos para confirmar a presença do tumor e determinar sua extensão. Entre os procedimentos mais comuns ao diagnóstico estão tomografias, ressonâncias, ultrassonografia e endoscopia. Testagens sanguíneas também são usadas para verificar substâncias que podem estar elevadas em pessoas com câncer de pâncreas.
O avanço da idade tem relação com a doença. Segundo o MS, o risco de câncer de pâncreas aumenta com o passar dos anos. Raro antes dos 30 anos, torna-se mais comum a partir dos 60. Condições associadas ao comportamento, como obesidade, diabetes tipo 2, tabagismo, consumo excessivo de álcool, baixo consumo de fibras, frutas, vegetais e carnes magras podem favorecer o desenvolvimento da doença. Mas ela também é ligada a questões genéticas ou hereditárias, como síndrome de Lynch, câncer pancreático familial e pancreatite hereditária.
Já o tratamento depende muito do estágio no qual a doença foi descoberta. Quando inicial, a cirurgia é uma alternativa para remover o tumor. Outras alternativas são quimioterapia, radioterapia e a chamada "terapia-alvo". Essa última consiste no uso de medicamentos direcionados a genes ou proteínas específicos das células cancerígenas com objetivo de eliminar ou reduzir o tumor.
Prevenção
Nem todos os casos de câncer de pâncreas poderiam ser prevenidos. Ainda assim, algumas medidas podem ajudar a reduzir o risco da doença:
- Não fumar: o tabagismo está associado a um maior risco de câncer de pâncreas
- Dieta saudável: ter uma dieta rica em frutas, legumes e grãos integrais, e pobre em alimentos processados, gordurosos e salgados
- Limitar o consumo de álcool: o consumo excessivo de álcool também pode aumentar o risco de câncer de pâncreas
- Controle do diabetes: o tratamento da diabetes tipo 2 e outras condições de saúde relacionadas previnem a doença
- Aconselhamento genético: realiza-se o aconselhamento genético como método preventivo em casos de histórico familiar de câncer de pâncreas