Uma fala de Carolina Dieckmann chamou a atenção nesta semana. A estrela contou aos fãs, pelas redes sociais, que, para se preparar para um papel em um filme, passou um período realizando apenas uma refeição por dia.
O jejum de 24 horas feito pela atriz não deve ser uma estratégia adotada por qualquer pessoa, uma vez que exige cuidados e acompanhamento profissional.
“Fiz um filme em julho que eu achei que a personagem, o esgotamento dela, emocional, seria bom que no físico isso tivesse também uma resposta. Eu fiz um jejum muito difícil de fazer, mas com acompanhamento médico, com exames, recolocando vitaminas que não conseguia pela alimentação. Eu comia uma vez por dia”, disse, via stories do Instagram.
Jejuns extremos, como de 24 horas ou 48 horas, não são tão comuns nos consultórios, afirma a nutricionista Marina Vaucher. Ainda assim, ela conta que surgem relatos e dúvidas de pacientes que já adotaram ou pensam em implementar esse modelo de dieta:
— Com acompanhamento, dificilmente os profissionais da nutrição ou médicos vão orientar que a pessoa tenha esse tipo de estratégia, especialmente como uma primeira opção para o emagrecimento. Algumas pessoas fazem por conta própria e, aí sim, a literatura científica não traz nenhum embasamento de que esses jejuns, a longo prazo, sejam efetivos e de que não causem danos à saúde.
Riscos e benefícios
O jejum pode trazer uma série de prejuízos para a saúde física e mental. A deficiência de vitaminas, contornada com suplementação pela Carolina Dieckmann, é um deles. Hipoglicemia – presença de níveis baixos de açúcar no sangue –, fadiga, irritabilidade, dor de cabeça e dificuldade de concentração são outros possíveis efeitos, aponta Marina.
A nutricionista garante que a estratégia não pode ser adotada por qualquer pessoa. A atriz, quando divulgou o método que a fez emagrecer com rapidez, reafirmou: “Não vou falar muito sobre porque o que eu faço, não serve para qualquer pessoa.”
— Grávidas e lactantes não podem fazer jejum de jeito nenhum. Porque é um momento em que precisa ter nutrientes no corpo a todo tempo, e ficar 10 horas sem comer já é perigoso. Pacientes com diabetes do tipo 1 ou do tipo 2 também podem ser um grupo de risco para a prática. Pessoas com transtornos alimentares ou que tenham histórico de fazer muitas dietas ao longo da vida também são pacientes que não vão ter tantos benefícios com o jejum intermitente — defende Marina.
Se bem orientado e acompanhado, o jejum de 24 horas pode trazer benefícios. Comer apenas uma refeição balanceada e nutritiva por dia pode contribuir para o processo de emagrecimento, diminuir a gordura visceral e preservar a massa muscular, segundo a especialista.
Marina reforça, contudo, que outras estratégias podem ser mais benéficas e seguras, e que o jejum extremo, como o de Carolina Dieckmann, é recomendado em casos muito específicos.