Por ser o maior órgão do corpo humano, a pele exige atenção especial. Em alusão ao Dezembro Laranja, a Sociedade Brasileira de Dermatologia reforça a importância do diagnóstico precoce e da prevenção do câncer de pele, o tipo mais comum no Brasil, mas que, assim como outros problemas, pode ser evitado com cuidados simples.
Francine Costa, médica dermatologista e cooperada da Unimed Porto Alegre, ressalta que não existe solução mágica para uma pele saudável e bonita. O segredo está na constância da atenção à saúde:
— Muito se fala em milagre da beleza, mas a aparência da pele é resultado de hábitos diários e da orientação de profissionais qualificados. Procedimentos estéticos podem ajudar bastante, mas o verdadeiro milagre está na consistência dos cuidados.
Entre os cuidados permanentes, ela destaca a exposição ao sol ao longo de todo o ano, não apenas no verão.
— Os raios ultravioleta estão presentes mesmo em dias nublados ou chuvosos. A exposição diária sem proteção causa danos cumulativos à pele, aumentando o risco de câncer e envelhecimento precoce — explica a médica.
Ela recomenda o uso diário de protetor solar com FPS 30 ou superior, além de barreiras físicas como chapéus, óculos de sol e roupas com proteção UV. Também é importante evitar a exposição solar entre 10h e 16h, período de maior radiação ultravioleta.
— Consultas regulares com um dermatologista permitem identificar lesões suspeitas precocemente, aumentando as chances de um tratamento eficaz — complementa.
Ela também alerta para os riscos do bronzeamento artificial, prática proibida pela Anvisa desde 2009. A exposição intensa à radiação UV dessas câmaras pode aumentar em até 75% o risco de melanoma, especialmente em pessoas que começam a usá-las antes dos 35 anos. Além disso, esse método acelera o envelhecimento precoce, causando rugas, manchas, flacidez e até danos oculares.
— Para quem deseja um tom dourado sem riscos, os autobronzeadores tópicos são a melhor opção, pois não utilizam radiação UV. Mesmo assim, é fundamental manter a pele hidratada e usar protetor solar, já que esses produtos não oferecem proteção — orienta.
Antes das preocupações estéticas – com o rosto, cabelos ou pele –, a criação de hábitos saudáveis faz diferença ao longo da vida. Médico de família e comunidade, Eder de Mattos Berg, cooperado da Unimed Porto Alegre, alerta que a falta de cuidados básicos ou o adiamento desses pode gerar prejuízos significativos à saúde.
A vida corrida e, consequentemente, o estresse são reclamações frequentes entre seus pacientes. Muitos relatam sobrecarga no trabalho, excesso de tarefas e prazos apertados, o que dificulta o cuidado com a saúde.
Qualidade de vida
Uma pesquisa nacional realizada em 2024 pelo Instituto de Pesquisa DataSenado envolveu 4.330 pessoas a partir de 16 anos e revelou que 48% dos brasileiros consideram a qualidade de vida dos trabalhadores regular. Entre os extremos, 35% a avaliam como ruim ou péssima, enquanto apenas 16% a classificam como boa ou ótima.
Diante desse cenário, Berg destaca a importância de criar uma agenda de cuidados que minimize as resistências aos hábitos saudáveis. Por exemplo, evitar exercícios físicos por motivos como morar longe da academia, ter pouco tempo ou falta de um calçado adequado.
— Vivemos em uma geração instantânea, com as redes sociais, em que tudo precisa ser rápido. As medidas de saúde demandam um pouco mais de empenho — constata.
A ausência de hábitos saudáveis aumenta o risco de doenças graves, como infarto, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e problemas pulmonares associados ao tabagismo.
— Um problema pode desencadear outros. O sedentarismo favorece a obesidade, que contribui para dores articulares, dificultando a prática de exercícios e criando um ciclo prejudicial — explica Berg.
O médico recomenda consultas regulares com profissionais especializados, como os da medicina de família, que tratam o indivíduo de forma integral. Essa abordagem considera exames complementares adequados à faixa etária, além de aspectos do histórico e dos hábitos de cada paciente, possibilitando a identificação e o manejo de doenças prevalentes.
— Entendemos o contexto da experiência da doença de cada pessoa, traçamos metas em comum e fortalecemos a relação médico-paciente — complementa.
Seis dicas para criar uma boa rotina
- 150 a 300 minutos semanais de atividade física regular ou 75 a 150 minutos de atividade vigorosa
- Alimentação balanceada, com quantidades ideais de proteína, leguminosas, carboidratos e fibras
- Ingestão regular de água
- Sono de, pelo menos, sete horas ao dia
- Convívio social e relacionamentos interpessoais saudáveis
- Lidar com a preocupação e estresse de forma não prejudicial
Fonte: Eder de Mattos Berg, médico de família e comunidade e cooperado da unimed porto alegre
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