Após 25 anos, a Fundação Universitária de Cardiologia (FUC) se despediu da gestão do Hospital de Alvorada, na madrugada desta segunda-feira (1°). Segundo funcionários ouvidos por GZH, a mudança de turno foi conturbada. Em entrevista ao programa Atualidade, da Rádio Gaúcha, a secretária da Saúde do Estado, Arita Bergmann, garantiu que o hospital está com equipe completa para atendimento ao público.
— Estamos convencidos de que ela (a mudança de gestão) era necessária porque há mais de um ano estávamos ouvindo da população queixas do atendimento no Hospital de Alvorada. Essa mudança foi feita inclusive com muito diálogo com a Fundação Universitária de Cardiologia e com a gestão do município de Alvorada. Fizemos um processo de escolha transparente de uma nova gestão. Foi selecionada a Associação Beneficente João Paulo II, que está no hospital há mais de um mês tomando pé, verificando como é a dinâmica de funcionamento — explicou, ao vivo, no programa Atualidade.
Apesar do longo período de preparo, funcionários e pacientes relataram que as equipes estavam desfalcadas e que o atendimento estava sendo prejudicado. A secretária afirmou que o combinado era que a nova gestão assumisse às 7h desta segunda-feira, na troca de plantão. A partir da meia-noite, porém, Arita relatou que os trabalhadores da FUC começaram a sair, obrigando a Associação Beneficente João Paulo II a assumir os plantões antes do programado.
— Nesse momento todas as escalas estão completas, em operação — garantiu.
Ainda assim, conforme GZH apurou, há restrições no atendimento aos pacientes. O Hospital está priorizando casos mais urgentes. Arita defendeu que, para situações e agravos de menor complexidade, a população deve buscar ajuda na rede básica de saúde, procurando a atenção primária ou as Unidades de Pronto Atendimento (UPA).
Funcionários aflitos
Outro problema a ser resolvido é referente aos funcionários ligados à FUC que trabalham no Hospital de Alvorada. O processo de demissão e contratação de trabalhadores ainda está nebuloso, segundo apuração de GZH.
— Me parece, e é evidente que é essa a causa, que a FUC não conseguiu provisionar recursos, embora esteja há 25 anos, praticamente, como gestora dessa unidade, para fazer a rescisão. Então, é óbvio que esses trabalhadores estão aflitos — reconheceu.
Ela garantiu, ainda, que os funcionários que estão saindo participaram de uma seleção da Associação Beneficente João Paulo II, finalizada na quinta-feira (28). Após a rescisão contratual pela FUC, esses funcionários poderão ser admitidos pela nova gestão.
No entendimento dos sindicatos, o Estado é corresponsável pelo pagamento das rescisórias caso a instituição não possua condição de aportar os valores. Uma nova mediação entre sindicatos, governo e fundação está prevista para ocorrer no dia 4 de abril no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4).