O Hospital São Camilo, de Esteio, reinaugurou neste sábado (28) a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Com espaço físico ampliado, os pacientes da instituição contarão com 10 leitos de alta complexidade e haverá atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A obra era esperada há mais de uma década e tem como objetivo aliviar o fluxo de atendimentos do município em caráter emergencial. O projeto teve investimento de R$ 1,34 milhão e terá cerca de 80% dos serviços terceirizados — a emergência, por exemplo, será totalmente terceirizada.
Junto aos leitos, também foi entregue um novo posto de enfermagem e prescrição médica central, além de uma sala específica para acompanhamento de visitantes. Ainda está em andamento a obra da Unidade de Internação Materna e do Centro Obstétrico do hospital. O prazo para conclusão não foi divulgado.
O prefeito de Esteio e presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal), Leonardo Pascoal, destacou que a reinauguração qualifica a assistência do município e dá fôlego em relação aos atendimentos. Conforme ele, também é prevista a reforma da Unidade de Saúde Parque do Sabiá.
— Essa inauguração representa uma ampliação e reforma completa, colocando a nossa UTI adulta num padrão dentro das mais modernas normas técnicas. Então isso melhora o trabalho, a assistência, e vai representar uma melhor qualidade de vida para a população, além de mais vidas salvas — refletiu.
A reinauguração também foi marcada por uma manifestação de parte dos funcionários contra a terceirização dos serviços. Os servidores alegam que isso acabaria deixando os atendimentos mais precários.
Programa Assistir e a revisão de recursos
Alvo de reclamações por parte dos prefeitos, em especial da Região Metropolitana de Porto Alegre, a revisão técnica do programa Assistir, que altera repasses de recursos estaduais a hospitais vinculados ao SUS, segue em pauta. Presente na reinauguração da UTI do hospital São Camilo, a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, falou sobre o tema.
— Com esta revisão que vamos apresentar em breve, nós queremos ver o que podemos incrementar mais de recurso em algumas áreas e se poderemos ter novos recursos para o programa. Esperamos ainda em novembro termos esta possibilidade desta revisão concreta e de apresentarmos para a comunidade gaúcha o que sempre dizemos — afirmou.
Segundo Pascoal, a Granpal trabalha para não haver redução de recursos através do programa Assistir, apontando que há diferença entre os hospitais públicos da Região Metropolitana para os demais.
— Nosso primeiro pleito é que não haja redução. E claro, havendo margem, nós entendemos que há necessidade de um aporte maior de recursos, pois hoje são os municípios que estão colocando mais do que a Constituição exige — apontou o prefeito de Esteio.
Já o governador Eduardo Leite afirmou que o Estado não reduziu repasses na área da saúde, e sim que a forma como os hospitais na alta complexidade eram remunerados não tinha critérios bem definidos no passado.
— Estendemos o período de transição e estamos em uma intensa negociação com os hospitais, buscando compreender as suas realidades. O importante é que tenham critérios de repasses, que atendam a todos os hospitais do Rio Grande do Sul e não tenham tratamentos diferenciados que gerem disputas judiciais de outros hospitais, querendo receber também um repasse maior, porque alguns estão recebendo sem ter critérios bem definidos — declarou.
Crise da saúde em Canoas
Diante do cenário de incerteza e irregularidades no sistema de saúde de Canoas, em especial no Hospital Universitário (HU), Leite descartou a possibilidade de intervenção no município.
— Não estamos trabalhando sob essa perspectiva de intervenção por parte do Estado. O atendimento hospitalar está sob gestão do município. A gente busca sempre em composição, em uma boa articulação com os municípios, garantir o atendimento de saúde. A gente acompanha, monitora, dialoga com o município. Uma intervenção é a última instância — disse.