
A prevenção ao câncer de próstata é algo que precisa estar na rotina dos homens. Este tipo de tumor é o segundo mais incidente no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Muitos, porém, não realizam o acompanhamento preventivo na idade devida, o que faz com que a situação se agrave e possa gerar complicações e, até mesmo, a morte.
Para tentar prevenir o adoecimento da glândula, especialistas recomendam manter uma vida ativa de exercícios, não fumar e uma dieta equilibrada. Além disso, a realização de exames do toque e de sangue são fundamentais. Um diagnóstico precoce pode ser a melhor forma de prevenir que o câncer de próstata cause maiores danos no organismo masculino.
A recomendação é iniciar o acompanhamento profissional preventivo a partir dos 50 anos. Em alguns casos, há necessidade de consultar urologista antes, entre 40 e 45 anos. Isso inclui: pessoas com histórico familiar de câncer de próstata ou de mama, ou afrodescendentes, cuja incidência do câncer costuma ser maior.
A frequência dos encontros com o médico depende da avaliação inicial do nível de PSA no sangue. Normalmente, a dosagem padrão precisa estar até 09 ml. Quando é essa a situação, o acompanhamento pode ser a cada dois anos. Acima deste nível, o paciente tem risco aumentado de desenvolver câncer e por isso deve ter acompanhamento anual. Outros especialistas recomendam que independente do resultado, a presença no consultório deve ser anual.
— A avaliação prostática além do exame de toque retal, que é extremamente simples de ser realizado e indolor, deve ser acompanhada de um exame de sangue que é o PSA. No exame de toque retal, além de informações sobre o tamanho da próstata, podemos encontrar alterações na consistência e até mesmo nódulos tumorais — afirma Henrique Isaacsson, titular da Sociedade Brasileira de Urologia e professor da Universidade Federal de Pelotas.
A saúde da próstata exige mais cuidados depois dos 40
Em todas as fases da vida, é comum o desenvolvimento de prostatites, que são infecções na próstata. Ao sentir sintomas como ardência para urinar, aumento da frequência e secreção na urina, um médico deve ser consultado. Antes dos 40 anos, não é necessário o acompanhamento com profissional preventivo, respeitadas as exceções.
A próstata é uma glândula que existe embaixo da bexiga e antes do reto de pessoas que nasceram com sexo masculino. Ela produz o antígeno prostático específico (PSA), que faz com que o esperma consiga nadar e promover a fecundação, mas também afeta o canal urinário, pois envolve parte da uretra, órgão responsável por conduzir a urina.
Próximo dos 40 anos, a glândula passa pela hiperplasia, o envelhecimento da próstata. Entre as consequências, a situação pode causar problemas urinários (como jato mais fraco, mais tempo para esvaziar a bexiga, etc). Este é um processo natural do corpo que, se muito incômodo, pode ser tratado. Porém, nesta idade também há maior facilidade para desenvolvimento do câncer de próstata.
— É importante destacar que a hiperplasia benigna e as prostatites não têm relação com câncer. Por exemplo, elas apresentam sintomas. Já os sintomas do câncer de próstata não costuma aparecer no início — comenta Gustavo Carvalhal, chefe do serviço de Urologia do Hospital São Lucas da PUCRS.