As emergências do Sistema Único de Saúde (SUS) dos hospitais de Porto Alegre registraram na manhã desta terça-feira (18) superlotação, conforme o painel de acompanhamento de leitos da Prefeitura de Porto Alegre. A situação mais crítica era registrada no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) com 142 pacientes internados para 56 leitos - 253,7% acima da capacidade. O setor está com restrição no atendimento e desde o dia 21 de fevereiro, recebendo apenas pacientes com risco de vida.
Conforme a assessoria da instituição, são casos variados e não há como definir o perfil do paciente que está procurando atendimento. Por volta das 10h desta terça-feira, a reportagem de GZH esteve no local e conversou com usuários. A cabeleireira Sônia de Araújo, 45 anos, buscou a emergência do Hospital de Clínicas com febre e falta de ar.
— Esse é meu segundo dia com esses sintomas. Mas vou ter que procurar outro lugar porque aqui não vou conseguir atendimento - relata.
Apesar da superlotação também na emergência pediátrica, o filho de Valdir da Silva, Felipe Fontoura de Oliveira, de seis meses, conseguiu ser atendido.
— A gente veio de Camaquã para uma consulta oftalmológica para ele, mas o médico do outro setor sugeriu que a gente passasse na emergência já que ele estava com aftas na boca. Poderia ser o mão-pé-boca. A triagem demorou cerca de 15 minutos e tinha quatro pessoas na frente dele para atendimento — explica.
No Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) também há restrição na emergência. O local conta com 64 leitos, mas durante a manhã tinha 74 pessoas esperando atendimento.
Na Santa Casa, na manhã desta terça-feira, eram 60 pacientes para 24 leitos na emergência SUS adulto. De acordo com a instituição, no setor estão sendo atendidos apenas casos graves. Porém, "nas emergências de particular e convênios os atendimentos estão normais".
Também há superlotação no Instituto de Cardiologia - 35 internados para 21 leitos - e no Hospital São Lucas da PUC - 12 pessoas para 10 camas.
Os hospitais Vila Nova e Restinga não atualizaram a situação de suas emergências nesta terça-feira.
A alta procura por atendimento médico também é observada nos prontos-atendimentos da Capital. A situação mais grave foi observada na Unidade de Pronto Atendimento Moacyr Scliar, na Zona Norte. São atendidos 42 pacientes para 17 leitos – uma lotação de 247%.
Também registravam lotação acima do limite os prontos-atendimentos Cruzeiro do Sul (225%) e Bom Jesus (157%). No Pronto-Atendimento da Lomba do Pinheiro, a lotação máxima passava dos 144%.