A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu a solicitação de registro definitivo da vacina Comirnaty bivalente BA.4/BA.5, fabricada pela Pfizer. O pedido foi realizado na segunda-feira (30), cinco dias após o Ministério da Saúde informar que iniciará o reforço da vacinação com doses bivalentes, que protegem contra a cepa original da covid-19 e também contra subvariantes da Ômicron.
O imunizante já tem autorização temporária de uso no Brasil desde novembro e será usado como dose de reforço para a população acima dos 12 anos. Além do pedido definitivo, a Pfizer empresa solicitou uso emergencial para crianças entre 5 e 11 anos, ainda em análise.
De acordo com a Anvisa, a análise de registro de vacinas segue regulamentação própria e busca verificar se a relação entre o benefício e o risco do produto é satisfatória no contexto epidemiológico atual. Para isso, a farmacêutica já apresentou estudos clínicos e dados com o objetivo de comprovar a qualidade, segurança e eficácia do produto. Informações adicionais poderão ser solicitadas durante esse processo.
É esperado que, superada a condição de emergência, os produtos autorizados dessa forma migrem para o registro sanitário definitivo.
Reforço a partir de fevereiro
Na última quinta-feira (26), o Ministério da Saúde anunciou o plano de vacinação contra covid-19 para 2023. Na primeira etapa do calendário, prevista para começar em 27 de fevereiro, doses de reforço com o imunizante bivalente serão aplicadas em pessoas com 70 anos ou mais, imunocomprometidas, moradores de lares de longa permanência, indígenas e quilombolas.
Na segunda fase — em datas a serem anunciadas —, receberão o reforço pessoas de 60 a 69 anos. Na terceira etapa, será a vez de gestantes e puérperas e, na quarta fase, os profissionais da saúde.
Doses para o público infantil
Para crianças, a pasta também vai buscar ações de reforço na imunização. O ministério informou ter garantido a antecipação de 8,5 milhões de doses da Pfizer baby; 9,2 milhões de doses da Pfizer pediátrica e 2,6 milhões de doses da CoronaVac.
A aplicação nesse público tem gerado preocupação em gestores municipais e estaduais, devido aos baixos índices de aplicação. No Rio Grande do Sul, 51,3% das 946 mil crianças entre cinco e 11 anos estão com o esquema vacinal completo. Já no caso de meninas e meninos de três e quatro anos, somente 10% receberam duas doses da vacina. Em alguns casos, faltou imunizante.