A partir de lições aprendidas com a pandemia de Covid-19, a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), apresentou na tarde desta terça-feira (7), um documento inédito que visa a melhoria do controle do câncer no país. Além de informações e recomendações, o documento apresenta caminhos para o desenvolvimento de políticas públicas na área oncológica, bem como melhorias em defesa da redução da mortalidade pela doença no Brasil.
Segundo a Drª Maira Caleffi, presidente da Femama, desde o início da pandemia, em 2020, os impactos negativos na área da Oncologia foram muito grandes.
- De uma hora para outra só se falava em Covid-19 e não se falava mais em outras doenças. Por que não utilizar das estratégias de comunicação desenvolvidas durante a pandemia para falar sobre câncer?, questiona a médica.
Foi a partir disso que a entidade reuniu representantes de públicos estratégicos para discutirem experiências e visões distintas sobre o que se aprendeu durante esses dois últimos anos para serem, também, trabalhadas para o controle oncológico. Como resultado, o documento aponta recomendações para que o governo, entidades do setor privado e da sociedade civil se unam em defesa da redução de mortes causada pela doença.
- Estamos entregando um documento para ser uma referência em um cenário preocupante que temos acompanhado. A Oncologia precisa ser vista como uma questão de alta prioridade em saúde e queremos que as soluções apresentadas possam contribuir para a união de esforços que resultem em inovações e adaptações para controlarmos a doença, assim como tivemos no enfrentamento a pandemia, afirma Maira Caleffi.
Dentre as lições aprendidas com a pandemia, o documento aponta a necessidade de se obter dados sobre a doença em tempo hábil para tomada de decisão eficiente, além da necessidade de integração dos sistemas de informação, tanto do setor público quanto privado, que permitam um melhor acompanhamento do paciente. Adequação de recursos financeiros e infraestrutura de acordo com as necessidades locais e aprimorar o uso da tecnologia como meio de informação e acompanhamento do paciente também foram apontadas como lições importantes.
Já entre as recomendações, destacam-se a ampliação dos recursos juntos aos governos destinados ao controle do câncer e melhor aproveitamento da capacidade instalada para diagnóstico e tratamento da covid-19, como tendas e laboratórios, além de ampliar e melhorar a comunicação sobre saúde para a população.