Hospital conhecido por investir em projetos sociais, o Moinhos de Vento dará um passo mais largo em direção à filantropia, com o lançamento, nesta terça-feira (14), do Instituto Moinhos Social, que concentrará todas as ações voltadas ao desenvolvimento de comunidades carentes.
A ideia é que o Moinhos Social sirva de referência para a sociedade, dando visibilidade a projetos na educação, saúde, cultura, esporte, assistência e meio ambiente. O instituto contará com recursos próprios e de parceiros antigos, como as famílias Gerdau, Vontobel e Ling, além de ampliar a captação de investimentos. A estimativa é de investir cerca de R$ 5 milhões por ano nos primeiros anos do instituto.
O principal braço será o programa Transformar, no loteamento Santa Terezinha, antiga Vila dos Papeleiros, na zona norte de Porto Alegre. A comunidade é considerada uma das mais vulneráveis da Capital, com baixos índices socioeconômicos. A renda per capita da população é de R$ 120, e o índice de analfabetos é alto: 14%, mais do que o dobro da média nacional.
Segundo o superintendente executivo do hospital, Mohamed Parrini, o trabalho no Santa Terezinha vai desenvolver ações educativas e profissionalizantes para crianças e adolescentes entre sete e 19 anos, com uma série de atividades ofertadas no contraturno escolar.
– O foco do Transformar é usar a arte, o esporte e a educação como elementos de transformação da criança e do adolescente, mas também das famílias. E queremos acompanhar esses jovens por 10 anos para verificar como as ações ajudaram na vida deles – diz Parrini.
O Transformar vai atuar nas dependências do Centro Social Marista Irmão Bortolini (Cesmar), ampliando a oferta de atividades já oferecidas pelo Moinhos de Vento em parceria com a rede Marista.
Uma das mães que se beneficia das atividades no Cesmar é auxiliar de limpeza Isabel Goulart Mello, 32 anos, que reside no Santa Terezinha. Como ela e o marido passam o dia trabalhando fora de casa, precisam de um lugar onde deixar os filhos, Gustavo, 10, e Juan, sete, pela manhã, antes do horário da escola. No Cesmar, eles conseguem brincar e interagir com outras crianças, além de terem o almoço garantido de segunda a sexta-feira.
– Eles aprendem a tocar violão, cantam, se apresentam. Tem um professor que fala sobre a África e fala sobre os negros. É importante, porque sofremos muito preconceito por causa da cor - conta Isabel.
O Moinhos Social também contará com um programa de voluntários e buscará ajuda da sociedade, que poderá fazer doações em dinheiro. Quem quiser colaborar, seja doando ou ajudando nas atividades, pode entrar em contato pelo telefone (51) 3314-3503 ou pelo site, clicando aqui..
– Não é dar pão para quem está com fome, somente. É produzir uma transformação social em crianças e adolescentes – garante Parrini.