A biofarmacêutica norte-americana Merck Sharp & Dohme (MSD anunciou nesta sexta-feira (1º) que o Molnupiravir, remédio que desenvolveu para o tratamento da covid-19 com sua parceira Ridgeback Biotherapeutics, "reduziu significativamente" os riscos de hospitalização e morte pela doença, em análise feita com pacientes adultos que apresentaram sintomas leves a moderados de covid-19. Na quarta-feira, a empresa já havia noticiado que o seu antiviral oral se mostrou eficaz contra as variantes do coronavírus, em testes de laboratório.
No resultado do estudo divulgado nesta sexta, a Merck afirmou que a pílula diminuiu a chance de hospitalização ou morte em quase 50%, e que 7,3% dos pacientes testados foram internados ou a óbito. A farmacêutica afirmou ainda que deixará de recrutar mais voluntários devido aos resultados positivos e que pretende emitir "o mais rápido possível"um pedido de Autorização de Uso Emergencial ao Food and Drug Administration (FDA, agência norte-americana que regula medicamentos e alimentos).
A medicação foi usada em estudos de duas frentes: a profilaxia — que é a proteção preventiva após a exposição a um agente infeccioso — e o tratamento para infectados que ainda não necessitam de hospitalização. O Hospital Tacchini, de Bento Gonçalves, foi um dos sete centros participantes da pesquisa no Brasil – os outros ficam em São Paulo (dois na capital e um em São José do Rio Preto, no interior), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG) e Curitiba (PR).
O Molnupiravir age de forma parecida com o Remdesivir — único medicamento para a covid-19 aprovado pela FDA. O fármaco atua no RNA do sars-cov-2, evitando que ele se replique nas células. Na comparação com o Remdesivir, o novo medicamento demonstrou maior eficácia em tempo inferior, além de ser mais barato e poder ser administrado por via oral.