A Agência Europeia de Medicamentos pode aprovar a vacina contra a covid-19 da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, no início de março e a UE pode começar a distribuí-la no final do mesmo mês, disse a ministra da Indústria francesa, Agnès Pannier-Runacher, neste domingo (28).
A União Europeia (UE) vai aprovar a vacina "no início de março, pois a agência europeia de medicamentos está revisando todas as informações fornecidas pela Johnson & Johnson para poder disponibilizá-la ao mercado", disse Pannier-Ruancher ao canal de televisão France 3.
As primeiras doses devem "chegar no final de março ou início de abril", acrescentou, embora os prazos ainda estejam sendo discutidos com o laboratório.
— É uma boa notícia porque essa vacina só precisa de uma dose, mas é possível que exija injeções de reforço, ainda não sabemos — disse.
Os Estados Unidos autorizaram o fármaco da J&J no sábado (27) para pessoas com mais de 18 anos. De acordo com um gráfico divulgado pela Comissão Europeia na quinta-feira (25), a UE deve receber até o fim de junho quase 600 milhões de doses de vacinas, caso todas as entregas aconteçam de acordo com o planejado.
A UE estabeleceu a meta de vacinar 70% da população adulta, ou seja, 225 milhões de pessoas, até o final do verão (hemisfério norte, inverno no Brasil).
Eficácia
Em 29 de janeiro, a Janssen anunciou que sua vacina contra a covid-19 tem 66% de eficácia contra casos graves e moderados do coronavírus. O imunizante, que requer apenas uma dose, é 85% eficaz na prevenção de formas graves da doença, de acordo com um extenso ensaio clínico apresentado pela fabricante. Já os dados regionais variaram bastante. Na América Latina, a taxa de eficácia ficou em 66%. Nos Estados Unidos, a taxa foi de 72% e na África do Sul, apenas 52%.
A vacina da Janssen tem estudos clínicos de fase 3 em realização no Brasil, com participação de centros de estudo do Rio Grande do Sul. Até o momento, não entrou com pedido de uso emergencial ou definitivo na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Ministério da Saúde tenta negociar doses desde o ano passado, mas esbarrou em exigências contratuais da empresa.
Na quarta-feira (24), foi aprovado no Senado um projeto de lei que propõe que o poder público poderá se responsabilizar pelos efeitos da vacinação, conforme exigido pela Janssen e também pela Pfizer, que já tem registro definitivo aprovado no Brasil. A proposta segue agora para apreciação na Câmara dos Deputados.