Para aumentar a conscientização a respeito da cardiopatia congênita, pacientes do Instituto de Cardiologia com idades entre três e 14 anos se reuniram para fazer um vídeo sobre a importância do diagnóstico precoce da doença, especialmente durante o pré-natal.
A cardiopatia congênita é uma alteração na estrutura ou no funcionamento do coração que acomete uma a cada cem crianças nascidas no Brasil. Com a pandemia de coronavírus, o instituto observou que muitas gestantes têm adiado as suas consultas e exames de pré-natal, o que dificulta um diagnóstico precoce.
A realização do ecocardiograma fetal, recomendado a partir do quinto mês de gestação, é indispensável para planejar o parto conforme a cardiopatia identificada no bebê. É recomendado também o teste do coraçãozinho (oximetria de pulso), feito no bebê logo após o nascimento.
Segundo o coordenador da Unidade de Cardiopatias Congênitas e Pediátricas do Instituto de Cardiologia, dr. Nestor Daudt, os portadores de cardiopatias congênitas que têm acompanhamento médico e tratamento precoce podem chegar à idade adulta com muita qualidade de vida. Mas para que isso seja possível, é preciso que as gestantes recebam atenção especial.
— O ecocardiograma fetal é recomendado para todas as gestantes, não apenas para aquelas que apresentam fatores de risco como diabete materna, uso de álcool e drogas na gestação, tabagismo e a presença de anormalidades no feto. Isso porque 90% de todas as anormalidades cardíacas ocorrem em gestações sem fatores de risco — afirma Daudt.
A Secretaria Estadual de Saúde orienta que, mesmo durante a pandemia, as gestantes de risco habitual, ou seja, aquelas que não estão em gestações de alto risco, mantenham as suas rotinas de pré-natal e evitem cancelar consultas e exames sem avaliação de um médico.