Um estudo sobre a relação de procedimentos estéticos com o aumento de casos de câncer de mama, publicado na terça-feira (3) pela revista científica International Journal of Cancer, alerta que tingir e alisar os cabelos com frequência pode ser perigoso. E, de acordo com os cientistas do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, as mulheres afro-americanas estão em um grupo de risco. As informações são do portal G1.
— Observamos um risco aumentado de câncer de mama associado ao uso de químicos para alisamento e tintura, especialmente entre mulheres negras. Estes resultados sugerem que o uso destes produtos pode ter um papel importante no desenvolvimento da doença —disseram os pesquisadores em um comunicado.
O estudo avaliou a relação entre o risco da doença com o uso de produtos colorantes e responsáveis por fazer alisamentos ou permanentes nos cabelos em mais de 50 mil mulheres norte-americanas com idades entre 35 e 74 anos. Mais da metade das participantes disse ter passado por algum destes procedimentos estéticos no último ano. Entre as mulheres negras, a concentração é maior: ao menos três quartos disseram ter alisado os cabelos com química no mesmo período.
Durante a pesquisa, que durou seis anos, 2.794 participantes foram diagnosticadas com câncer de mama. Destas, ao menos 55% disseram aos pesquisadores que usavam produtos para estética capilar com frequência.
A regularidade com que os procedimentos eram feitos foi apontada como chave pelos cientistas: mulheres que tingiram o cabelo uma vez a cada um ou dois meses apresentaram um risco de 60% de ter câncer de mama. Dos casos investigados, 18% foram relacionados com o uso de produtos para alisamento que, segundo o estudo, são mais usados por mulheres negras. Ao menos 74% delas disseram usar o produto, enquanto apenas 3% das mulheres brancas afirmaram alisar os cabelos com química.