
Os telefonistas e rádio-operadores terceirizados do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) devem receber o salário de julho apenas na próxima segunda-feira (20), conforme projeção da Secretaria Estadual da Saúde (SES). No último dia 13, os servidores paralisaram o atendimento em quase todo o Estado por conta do atraso nos vencimentos.
Na quarta-feira (16), a SES informou, por meio de nota, que 66 servidores receberam os valores referentes ao mês de julho. No entanto, terceirizados relataram que nenhum valor correspondente ao salário foi depositado. O secretário-adjunto Francisco Bernd confirmou à GaúchaZH que apenas vale-transporte e vale-alimentação foram quitados.
— Quando a gente diz que vai pagar o salário e as cláusulas sociais, nós vamos fazer de acordo com a autorização em cada processo. O processo que estava aqui, pronto para pagamento, era da alimentação e vale-transporte. E o processo do salário nós providenciamos ontem e tem uma tramitação — esclareceu o secretário.
Apesar da paralisação de alguns terceirizados, a SES considera que o atendimento está completamente normalizado. Além daqueles que aceitaram retornar ao trabalho, foram incorporados servidores estaduais que estão sendo treinados. Com número menor de trabalhadores, Bernd admite que há sobrecarga de trabalho aos que estão operando mas nega que isso afete o serviço que está sendo realizado.
— Tem empregados que, mesmo recebendo vale-transporte, vale-refeição e muito provavelmente até o salário na segunda-feira, não estão com interesse em manter o vínculo. Não estamos com força plena por isso. Mas não há nenhum prejuízo ao atendimento, cada um está trabalhando um pouquinho mais — diz Bernd.
Nesta sexta-feira (17), será aberta uma licitação para contratar uma nova empresa prestadora de serviços. O contrato com a FA Recursos Humanos estava vencido, mas em vigor de forma emergencial. Assim que uma nova empresa for escolhida, os funcionários atuais serão indicados para as vagas, uma vez que o serviço depende de treinamento específico. Se não houver interessados na licitação, o Estado pretende buscar uma empresa vinculada ao serviço público para realizar um contrato direto.
No final da tarde desta quarta, a FA Recursos Humanos se manifestou sobre a paralisação dos terceirizados. Por meio de nota, a empresa afirmou que o Estado deve mais de R$ 1,3 milhão relativos à serviços prestados, indenizações e reajustes não pagos.
O secretário-adjunto rebateu as informações, alegando que todos os pagamentos estão em dia, mas que a empresa não recebeu pois está com as contas judicialmente bloqueadas.