Um menino de oito anos morreu na Argentina após contrair a ameba Naegleria fowleri, conhecida como a "come cérebro", relatou o jornal Clarín nesta terça-feira (19). O garoto nadava em uma lagoa, na província de Junín, a 320 quilômetros de Buenos Aires, quando o parasita teria entrado pelo nariz e se instalado no cérebro. A Naegleria destrói o tecido cerebral da vítima. Foi o primeiro caso reportado no país.
Segundo o Clarín, o menino sofreu com febre, vômitos, dores de cabeça e insuficiência respiratória. Ele morreu entre o quinto e o sétimo dia após a contaminação. O caso foi relatado pelas autoridades locais, mas só foi divulgado na última semana pela Sociedade Internacional de Doenças Infecciosas.
— É o primeiro (caso). Isso não indica que não podem ter ocorrido outros. Poderia haver casos no litoral — disse, ao Clarín, Raúl Sixto Costamagna, ex-presidente da Associação Parasitológica Argentina.
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, entre 2007 e 2016 foram confirmados 40 casos de infecção pelo parasita nos Estados Unidos. Isso ocorre principalmente no verão.
A Naegleria fowleri é encontrada em todo o mundo. Ela vive em locais com água doce quente, como rios e lagos, podendo ser contraída apenas por via nasal. Sua transmissão não ocorre de pessoa para pessoa e nem quando ingere-se a água contaminada.O parasita não é encontrado em águas salgadas.
Segundo Costamagna, a ameba pode estar se multiplicando no país devido ao aquecimento global e às mudanças climáticas. Ela tem alto grau de mortalidade.
— Pequenas variações de temperatura produzem modificações nociclo dos parasitas — disse.
O caso recebeu repercussão mundial e foi relatado pela Sociedade Internacional de Doenças Infecciosas em informe publicado em 2 de fevereiro.