Embora boa parte das pessoas saiba da importância dos exercícios físicos para a saúde, nem todos os colocam em prática. A falta de tempo é uma das desculpas mais comuns entre aqueles que deixam as atividades de lado no dia a dia, afinal, a recomendação da Organização da Saúde (OMS) é de, no mínimo, 150 minutos semanais de exercícios para se obter benefícios a longo prazo.
Contudo, uma revisão de estudo feita na Universidade Liverpool John Moores, no Reino Unido, mostrou que uma única sessão de atividade consegue proteger o coração imediatamente. Em artigo publicado no site The Conversation, o autor do levantamento, Dick Thijssen, professor de Fisiologia Cardiovascular e Exercício, disse que, apesar de os exercícios reduzirem os fatores de risco para doenças cardiovasculares — excesso de peso, níveis de colesterol, níveis de insulina e massa gorda — a longo prazo, eles também protegem o coração tão logo a atividade acabe.
Para chegar à conclusão, os pesquisadores analisaram uma série de estudos nos quais ratos tiveram um ataque cardíaco induzido com o bloqueio de uma artéria. Os cientistas queriam avaliar o tamanho dos danos causados pelo problema tanto em animais sedentários quanto naqueles que recém haviam se exercitado. Todos os relatórios incluídos na revisão mostraram que uma única sessão de exercício está associada a um ataque cardíaco menor, com uma proteção que permanece por dias.
Esses resultados são justificados pela liberação no sangue de substâncias protetoras, que foram comprovadas em outro experimento. Dessa vez, pesquisadores introduziram sangue humano retirado após o exercício em coelhos. Os animais tiveram um ataque cardíaco induzido e, aqueles que tiveram o sangue pós-treino injetado na circulação, apresentaram danos menores em relação àqueles que não tinham recebido sangue pós-atividade física.
Logo, conclui o professor, quem faz atividades regularmente estaria protegido constantemente, enquanto aqueles que se exercitam uma única vez teriam os benefícios estendidos por até cinco dias.
A maioria dos estudos examinados utilizaram para seus testes práticas de resistência de moderada a alta intensidade com duração aproximada de uma hora. Contudo, Thijssen lembra que eles não sabem se outros tipos de atividades podem melhorar ou não os resultados protetivos do coração.