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Você sabia que o Brasil é o segundo país que mais realiza procedimentos estéticos no mundo? A Pesquisa Global Anual sobre procedimentos estéticos e cosméticos, realizada pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps), revelou que o país fica atrás apenas dos Estados Unidos. Com o mercado da beleza em ascensão, profissionais de diferentes áreas da saúde passaram a oferecer intervenções estéticas.
Em conversa com Eduardo Neubarth Trindade, presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), o cirurgião compartilhou algumas orientações, desde a procura pelo profissional ideal e avaliação do consultório, até o momento da realização. Com a procura por procedimentos estéticos crescendo 40% nos últimos quatro anos, aumenta também o número de complicações decorrentes dessas intervenções, explica Trindade. Dessa forma, ele inicia a entrevista alertando que o primeiro passo seria escolher um profissional com formação em medicina.
— Durante muito tempo, os médicos têm aulas de anatomia, de farmacologia e, por vezes, até de psiquiatria. Então são capazes de indicar quando realizar ou não algum procedimento e lidar ocasionalmente com complicações — explica.
Para além da realização de procedimentos com profissionais com formação médica, Trindade também indica avaliar se o local tem autorização para funcionar (verificar junto à vigilância sanitária da sua cidade se a clínica tem licença ou alvará sanitário) e analisar a estrutura e higiene do local.
— Muitas vezes, as pessoas que não são médicas e realizam estes procedimentos acabam não sabendo tratar as complicações. O Cremers tem cobrado cada vez mais das vigilâncias sanitárias municipais que atuem coibindo esses locais. Por exemplo, um salão de beleza, onde se corta o cabelo, não é local de procedimento estético — complementa.
De acordo com ele, a prática vem causando sérios danos à saúde e lesões aos pacientes. Esses, por vezes, precisam de atendimento médico posterior para tratar as intercorrências causadas por terceiros sem formação na área médica, afirma o presidente.
Trindade ainda ressalta que as denúncias sobre o exercício ilegal da medicina são encaminhadas para o Ministério Público Estadual e para a Polícia Civil – órgãos com os quais o Conselho mantém parceria institucional, por meio de Termo de Colaboração.