
Diversas entidades sindicais, com apoio de partidos políticos e movimentos sociais, realizaram nesta quinta-feira (1º) em Porto Alegre um ato para marcar o Dia do Trabalhador. A atividade teve início às 14h, na Casa do Gaúcho, localizada no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, e contou com discursos defendendo bandeiras relacionadas aos direitos da classe trabalhadora, além de apresentações musicais e outras atividades culturais.
Uma das entidades organizadoras do ato é a Central Única dos Trabalhadores (CUT). O presidente da organização no Rio Grande do Sul, Amarildo Cenci, destaca que, além de celebrações, a data também deve marcar um reforço às principais reivindicações dos trabalhadores.
— É importante que se celebre os trabalhadores e as trabalhadoras brasileiras, mas também queremos reforçar as principais pautas de interesse da classe trabalhadora no momento, como a redução das horas da jornada de trabalho, o fim da escala 6x1 e a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil — aponta Cenci.
O fim da escala 6x1 para os trabalhadores era justamente a principal bandeira defendida pelos manifestantes no ato. Defensores da pauta tomaram as ruas do país no final de 2024 e também foi comentada pelo presidente Lula durante seu discurso em rede nacional na noite de quarta-feira (30).
— Vamos aprofundar o debate sobre a redução da jornada de trabalho vigente no país, em que o trabalhador e a trabalhadora passam seis dias no serviço e têm apenas um dia de descanso. A chamada jornada seis por um. Está na hora de o Brasil dar esse passo, ouvindo todos os setores da sociedade, para permitir um equilíbrio entre a vida profissional e o bem-estar de trabalhadores e trabalhadoras — afirmou Lula.
A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) foi uma das parlamentares presentes no ato em Porto Alegre nesta quinta. Rosário também destacou o movimento pelo fim da escala 6x1:
— Acho que esse é o debate principal que o país tem hoje para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, sem redução do salário e outros direitos. A redução da jornada é uma pauta histórica da classe trabalhadora, e hoje, ainda mais com novas tecnologias e novas formas de organização laboral, não se justifica manter jornadas de trabalho que sejam massacrantes, é possível reduzir as jornadas mantendo a produtividade.

Representantes do PSOL e o PCdoB também estiveram no ato. Além da CUT, a organização da atividade foi realizada por entidades como a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Força Sindical, a Intersindical, a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT). Representantes de sindicatos como o SindBancários, o Sindipetro e o CPERS também participaram das atividades na Casa do Gaúcho.
— Defendemos as principais pautas de reforço aos direitos dos trabalhadores e, mais especificamente na nossa área, lutamos também pela aprovação do Novo Plano Nacional de Educação, para termos um projeto de educação que seja alinhado com o projeto de desenvolvimento que queremos para o país — afirma Alex Saratt, 1º vice-presidente do CPERS.
As organizações sindicais também organizaram nesta quinta-feira atos em Caxias do Sul, Pelotas, Passo Fundo e Tramandaí. Amarildo Cenci estima que até 30 mil trabalhadores tenham participado dos atos pelo Estado.