A enchente do Guaíba, em maio deste ano, não só causou perdas para os moradores, mas também destruiu a orla do Lami. Uma das opções de lazer da comunidade da zona sul de Porto Alegre, a orla ainda está distante de ser recuperada. O prazo da prefeitura é para junho de 2025.
O calçadão, que está atualmente em pedaços, é parte importante do projeto de revitalização da orla do Lami. A obra ainda inclui a repavimentação do calçadão com um bloco único de concreto no lugar das pedras, para evitar que o chão se quebre.
Devem ser construídos novos brinquedos para crianças, churrasqueiras, quiosques, bancos, bicicletários e lixeiras. Banheiros feminino, masculino e de acessibilidade também estão previstos na obra. Será implantado, além disso, um piso podotátil, para auxiliar o deslocamento de deficientes visuais. De acordo com a prefeitura, todo o material usado será resiliente à água e luz do sol.
Medo de enchente
A expectativa dos moradores da região é grande. Os ribeirinhos, que têm a orla do Lami como “quintal de casa”, relatam grandes perdas com a última enchente, quando a água chegou a formar ondas que batiam nas paredes das residências. Para Rita Marili Stefani, que mora da Avenida Beira Rio, a reforma não é só uma questão de estética, mas também uma forma da água não chegar nas casas deles de novo.
— Perdi muita coisa. Se dá um vento, dá uma chuva forte ou tá anunciando que vem uma tempestade, a gente já fica em pânico — conta.
A Secretaria do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade projeta medidas para prevenir que a água do Guaíba suba até a rua. Muretas de concreto de cerca de 45cm devem ser agregadas ao calçadão, e será feito o plantio de árvores da vegetação nativa como barreira contra a água. O prefeito Sebastião Melo explica que esta é uma obra emergencial, e que ainda serão feitos estudos sobre o sistema de contenção de cheias do bairro Cristal até o extremo Sul da cidade.
— Talvez o processo no futuro vai dizer “olha, você tem que subir essa mureta para dois metros”. Bom, vamos ter que fazer. Agora, nós não temos hoje um estudo para fazer, então esperamos que não tenha onda de novo aqui — explica o prefeito. Melo ainda pontua: — Mas nós temos que fazer essas obras emergenciais para anteontem.
Obra é contrapartida
Vai ser revitalizado um trecho de 1,3 quilômetro, desde os limites da Reserva José Lutzenberger até a Rua Sônia Duro. A obra tem valor estimado em mais de R$ 6,4 milhões vindos do Termo de Conversão em Área Pública firmado com a empresa Multiplan, por um empreendimento na Av. Diário de Notícias, no bairro Cristal. A viabilização da obra é do Escritório de Reconstrução e Adaptação Climática da prefeitura.
Veja fotos de como a obra vai ficar
Produção: Fernanda Axelrud