Então, é quase Natal. O que significa que, dois dias antes da data, o movimento no comércio é intenso, com muitas pessoas deixando compras de presentes para a última hora ou aproveitando a chegada de mais uma parcela do 13º salário.
Foi assim nesta segunda-feira (23), nas ruas do Centro Histórico, em Porto Alegre. As ruas estavam cheias de pessoas que carregavam sacolas de compras e enchiam as lojas. Nos estabelecimentos, as filas nos caixas eram longas.
Ruth Fruck, moradora de Porto Alegre, levou a família para as compras natalinas. Levou ao Centro Histórico o marido, Enar, dois filhos — Vitória e Jonas — e seu sobrinho Arthur. Quando conversou com a reportagem, portava cinco sacolas nas mãos.
Ruth comprou blusas, camisetas, saias e vestidos com até 50% de desconto, e ainda veria calçados. Todas as compras eram presentes para a família. Sobre ter deixado as aquisições natalinas para esta segunda, ela brinca:
— É como diz o ditado: brasileiro deixa tudo para última hora. Fui adiando e adiando, por fim, vim só nesta segunda.
Já Cilene de Souza, também moradora da capital gaúcha, comprou presentes para os três filhos (Benício, 12, Fabrício, 9, e a pequena Anayah, que tem 3), que classificou como “funcionais” — ou “coisas que vão usar no dia a dia”. São roupas, calçados, fone de ouvido e caixa de som bluetooth.
O motivo para Cilene ter buscado presentes na última hora é comum entre muitos compradores:
— Estava aguardando o décimo. A gente faz as compras de natal com a parcelinha do décimo. Pingou no dia 20 (risos).
Quem deixou para a última hora
Conforme pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL), 22% dos entrevistados deixaram para fazer suas compras nestes últimos sete dias antes do Natal este ano. Em 2023, a intenção de compra neste mesmo período era de 19%.
O aumento da previsão de compra perto da data não se limita apenas à semana prévia ao Natal, como sublinha a CDL. De acordo com a pesquisa, as compras na véspera subiram de 2,8%, em 2023, para 4,6%, em 2024.
Para o comércio, o período natalino é como se fosse a Copa do Mundo. Um estudo do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre estima que as compras de presentes para o Natal deste ano devem movimentar 595 milhões de reais no comércio da Capital, 3,30% a mais do que no ano passado.
Em um bazar, o movimento é comemorado. De acordo com a subgerente Jéssica Ferreira Costa, as vendas quase dobraram em relação ao ano passado. Em 2024, segundo ela, taças, copos de cerveja e coolers estão entre os presentes preferidos para os adultos, enquanto bonecos e carrinhos estão na preferência das crianças.
— É a principal época do ano para a gente — diz Jéssica. — O mês em que mais vendemos é dezembro. Depende de quando cai a véspera do natal, mas geralmente entre 22 e 24 são as “bombas” mesmo (risos).