A Feira de Artesanato do Brique de Sábado, em Porto Alegre, conta com um novo espaço dedicado às artes plásticas. Os expositores ficam localizados na esquina da Avenida José Bonifácio com a Travessa da Paz.
— Queremos focar no pessoal mais jovem e trazer artes impressas e xilogravuras — explica o organizador do novo setor, D'Julia Gangary, 48 anos.
— O público de sábado é bem legal. Tem a feira orgânica e aqui ficamos junto aos antiquários. Trazemos bastante clientes de domingo — acrescenta Gangary, dizendo que ainda há 20 vagas disponíveis para quem deseja expor neste setor de artes plásticas.
Neste sábado (10), havia 10 estandes onde eram expostas obras como pinturas acrílica e com óleo, xilogravura, muralismo, bottons, esculturas em madeira e arte impressa.
— Tanto artesanato, artes plásticas, gastronomia, que nós não temos ainda, tudo vem agregar a nossa feira. E dá oportunidade para quem precisa trabalhar — afirma um dos coordenadores da Feira de Artesanato do Brique de Sábado, Gilberto D'Ávila, 68.
A artista Anelise Maggetti, 57, pinta há mais de 15 anos. Porém, começou a vender suas obras apenas há cinco anos. Está na José Bonifácio há cerca de um mês.
— Sempre pintei desde pequena. Pintava os panos de prato e os frascos de vidro de pepinos da minha mãe — conta, mencionando que trabalha com a técnica de óleo sobre a tela e se identifica com a natureza morta.
Aos 17 anos, Manu Touguinha já sabe o que deseja fazer na vida. Está estudando para ingressar no curso de Artes Visuais da UFRGS.
— Sou mais focada em desenho e também pinto. Gosto mais de pintura com tela, mas é mais caro. Então, vim para a arte impressa — comenta.
O fotógrafo Carlos Edler, 65, costuma caminhar por Porto Alegre para tirar fotos de determinados "cantinhos", como diz. Trabalha com imagem em preto e branco, e com o contraste entre sol e sombra.
— O meu público é formado por estudantes. E muita gente que vai morar fora do país compra uma imagem para levar um pedaço da cidade junto — compartilha Edler.
A artista Sophia Schwerdt Kopte, 24, desenvolve peças de pintura em acrílico bordado e cerâmica. Antes, trabalhava como diretora de arte em uma agência de publicidade. Mas teve Síndrome de Burnout e decidiu mudar de profissão.
— Isso é algo que eu gasto energia e eu gosto — resume a artista.
Por sua vez, Gegel Frezza, 70, produz telas com acrílica. Define seu trabalho como algo "bem visceral". E pinta desde os 20 anos de idade.
— Na semana passada, vendi um dos meus trabalhos mais contemporâneos, que eu inclusive achei que demoraria para vender. Noto que é o pessoal mais jovem que para e olha — observa.
Também há peças em madeira no setor de artes plásticas. O uruguaio José Gamarra, 70, trabalha com entalhe em madeira. O escultor, que estudou na Escola de Artes e Artesanatos Dr. Pedro Figari, em Montevidéu, começou há muitos anos como assistente de outros artistas.
— O brique é um lugar mágico. Fazer parte dele como expositor é um prazer. Desde que comecei a participar deste novo projeto aos sábados, percebi que o público é completamente diferente do de domingo — ilustra.
A Feira de Artesanato do Brique de Sábado funciona das 9h às 16h.