A Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) de Porto Alegre celebrou, nesta sexta-feira (24), a reinauguração do Viveiro Municipal, na Lomba do Pinheiro. A área de mais de 3,5 hectares voltará a ser usada depois de seis anos para cultivar e preparar mudas de árvores nativas para plantio nas áreas públicas da Capital.
O investimento de R$ 4,3 milhões foi feito pela incorporadora Melnick, a título de contrapartida por empreendimentos imobiliários já construídos.
De acordo com o projeto apresentado pela Smamus e pelo prefeito Sebastião Melo, os primeiros locais a receberem as plantas serão os bairros Bom Jesus, Bom Fim, Cidade Baixa e Vila João Pessoa. A decisão foi tomada a partir de uma análise das temperaturas médias em diferentes regiões do município, buscando diminuir a sensação de calor nesses quatro pontos pouco arborizados.
— Uma árvore é que nem um ser humano. Ela nasce, bebe, cresce criança, vira adolescente, adulta, velha e morre. Então você tem que fazer essas trocas e manutenções. Estamos fazendo um mapeamento que já mostrou áreas de menor e de maior arborização. Vamos dosar e equilibrar isso com as novas mudas onde tem menos — resumiu Melo, responsável pela articulação que reverteu contrapartida da Melnick para o espaço na Lomba do Pinheiro.
Números da Smamus indicam que a atual gestão municipal promoveu o plantio de 12 mil mudas desde 2021. A projeção é que o viveiro tenha capacidade de fornecer 2 mil novas mudas de espécies nativas de Porto Alegre por mês assim que estiver funcionando a pleno.
— Fazemos um plantio inteligente, com uma base técnica, analisando a árvore certa, porque não é só plantar, depois criar um problema e precisar tirar ela. É preciso plantar com inteligência, saber se a árvore tem uma importância de fato para o ecossistema — ressaltou o titular da Smamus, Germano Bremm.
O Viveiro Municipal chegou a ficar meses sem energia elétrica em 2019, teve a cobertura das estufas destruídas por falta de manutenção e acabou adquirindo a aparência de um cemitério de mudas. Com a nova estrutura de segurança, irrigação automatizada e monitoramento de cada vegetal, a expectativa é produzir 54 mil metros quadrados de forração, 6 mil herbáceas e 1,2 mil arbustivas por ano, todas de espécies nativas do Estado e autóctones de Porto Alegre - que demandam menos manutenção para que se adaptem ao solo e ao clima. Uma licitação, publicada no Diário Oficial de Porto Alegre (Dopa), prevê a contratação de uma empresa para a realização do plantio das mudas.