A sessão ordinária da Câmara de Vereadores desta quarta-feira (7) foi de debates acalorados entre os vereadores de Porto Alegre. O tema das manifestações na tribuna, tanto por parte da oposição quanto da base do governo, foi a reportagem do Grupo de Investigação (GDI) da RBS envolvendo a Secretaria Municipal de Educação (Smed).
Por parte da oposição, os parlamentares destacaram os dados informados pela reportagem e questionaram a destinação dos materiais presentes nas escolas.
— O que vemos é uma vergonha para a prefeitura e para o Legislativo, pois, parte da Câmara quer silenciar o tema. A reportagem mostra não um escândalo na Smed, mas um escândalo no centro do governo — afirmou o vereador Pedro Ruas (PSOL).
A criação de duas comissões parlamentares de inquérito (CPIs) voltou a ser citada pelos parlamentares, que reivindicam a necessidade de investigação.
— Não se trata de uma questão ideológica e, sim, de desrespeitar as leis e se trata, muito provavelmente, de uma questão de corrupção. Com a CPI, eu espero que seja possível descobrir quem tem ganhado dinheiro com isso — declarou o vereador Roberto Robaina (PSOL).
Por parte da base do governo, os parlamentares buscaram valorizar as ações da Secretaria Municipal de Educação (Smed) e do governo municipal. Durante a fala na tribuna, a vereadora Comandante Nádia (PP) trouxe apontamentos que teriam sido realizados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), que não teriam sinalizado irregularidades na compra das telas.
— Estou estarrecida com as alegações de desperdício, pois nada foi apontado pelo tribunal. No entanto, o que quero saber é porque das 98 escolas nas quais equipamentos foram distribuídos, eles não chegaram até as mãos dos alunos em 12 — questionou Comandante Nádia.
Já o vereador Cassiá Carpes (PP), reforçou em seu discurso que solicitou a presença da secretária municipal de educação, Sônia Maria Oliveira da Rosa, no plenário.
— Espero participar da CPI, pois quero tomar conhecimento da verdade. Se há injustiça, se há corrupção, iremos denunciar, mesmo estando no governo — ressaltou Cassiá Carpes.
O parlamentar também aproveitou seu tempo na tribuna para debater as alegações feitas pelo vereador Jonas Reis (PT), que, anteriormente, havia citado Carpes como um dos parlamentares que não costumam comparecer às reuniões da Comissão de Educação, mas esteve na última terça-feira (6), quando a secretária municipal de Educação esteve presente.
O vereador progressista utilizou palavras como "charlatão", "mentiroso" e "safado" para se referir ao petista, gerando revolta do vereador Jonas Reis e demais parlamentares da oposição. Em determinado momento, os dois realizaram um debate mais acalorado, sendo separados pelos demais presentes no plenário.