Em função da destruição causada pelo incêndio ocorrido na quarta-feira (14), é possível que a causa do fogo que consumiu o prédio da Secretaria da Segurança Pública (SSP), em Porto Alegre, só possa ser presumida pela perícia.
O motivo é justamente o fato de o ponto de origem das chamas, identificado inicialmente por testemunhas como sendo o 4º andar do imóvel, não existir mais depois dos desabamentos.
Conforme a diretora-geral do Instituto-Geral de Perícias (IGP), Heloisa Helena Kuser, os peritos vão se esforçar para determinar o que originou o fogo, mas as condições em que o imóvel ficou podem dificultar essa resposta.
Um dos problemas é o fato de o prédio estar sob risco de novos desabamentos. Nesta quinta-feira (15), três peritos criminais e dois fotógrafos criminalísticos do Departamento de Criminalística começaram um trabalho preliminar, mas apenas com observação da parte externa.
— Com a observação dos pontos de colapso e de níveis de destruição, os peritos criminais podem detalhar a dinâmica do incêndio e do desabamento. Já a causa do incêndio, considerando a inexistência material de seu ponto de origem, poderá , muito provavelmente, apenas ser presumida — explicou Heloisa.
Além dos registros feitos a partir do pátio do imóvel, que fica na Avenida Voluntários da Pátria, no Centro, devem ser captadas imagens por drones, que ajudarão a mostrar os locais mais atingidos, e também podem fornecer uma visão de partes internas do prédio que se tornaram de difícil acesso.
O trabalho reunirá ainda imagens feitas desde o começo do incêndio, plantas do local e depoimentos de testemunhas. O IGP também teve sua área administrativa destruída pelo fogo, mas não funcionava no local nenhum tipo de laboratório de análises nem arquivos de casos sob investigação.
Um inquérito policial para apurar todas as circunstâncias do incêndio já foi aberto na 17ª Delegacia da Polícia Civil, sob o comando do delegado Daniel Ordaih. Os primeiros depoimentos já estão ocorrendo hoje. Pelo menos cinco servidores da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) estavam no andar em que as chamas começaram a se alastrar.