Que o Arroio Dilúvio agoniza na região central de Porto Alegre não é novidade. Uma iniciativa da PUCRS, no entanto, pretende criar uma base de dados que permita identificar os pontos mais problemáticos, dimensionar os estragos e verificar a evolução da qualidade da água ao longo dos anos, permitindo que o poder público planeje ações direcionadas para os lugares mais afetados.
O projeto de "diagnóstico e monitoramento ambiental do Arroio Dilúvio" deve ter início nos próximos dias, com a coleta e análise de água em pelo menos cinco pontos desde a intersecção com a Avenida Antônio de Carvalho até a foz, no Guaíba. Também serão investigadas as espécies de peixes identificadas ao longo do curso d'água.
— Sabe-se que o Dilúvio está muito impactado, mas nunca houve um acompanhamento. Para ser efetivo, esse monitoramento tem de ser feito em longo prazo. É mais fácil fazer gestão quando se conhece o passado — diz o diretor do Instituto de Meio Ambiente (IMA) da PUCRS, Nelson Fontoura.
Em relação à água, serão analisados parâmetros que permitirão identificar, entre outros, a concentração de coliformes totais e fecais, a turbidez e a condutividade elétrica. A ideia é que os dados sejam compilados e divulgados em uma página na internet a cada 30 dias — disponível para consulta pública.
Inicialmente, o projeto terá duração de um ano e será custeado pela própria universidade. Após esse período, será avaliada a possibilidade de dar continuidade a ele com recursos externos.
A universidade também assinou, na manhã desta terça-feira (9), com o prefeito Nelson Marchezan, o termo de adoção do canteiro central da Avenida Ipiranga. O projeto prevê a manutenção e implementação de melhorias entre as ruas Dr. Salvador França (3ª Perimetral) e Professor Cristiano Fischer. O custo estimado para implantação da proposta será de aproximadamente R$ 200 mil.
Além de serviços básicos, como roçada, capina, varrição e pintura de meio-fio, a proposta da PUCRS prevê 11 mil metros quadrados de extensão de grama e 1.407 metros quadrados de um novo paisagismo, pintura e intervenção artística. Também pretende qualificar a ciclovia, construindo recuos para espaços de descanso e a instalação de totens informativos e educativos que contribuam com a circulação no local.
A PUCRS já está construindo uma ponte em frente à Universidade, na Avenida Ipiranga. Com previsão de término no primeiro semestre de 2019, a obra em frente ao Museu de Ciências e Tecnologia (MCT-RS), dará acesso direto ao estacionamento do Hospital São Lucas (HSL) e Instituto do Cérebro (InsCer), evitando que seja necessário fazer o retorno na Avenida Cristiano Fischer.