O Hospital de Pronto-Socorro (HPS) de Canoas deixou de receber pacientes com risco de vida provenientes de outras cidades. Conforme a prefeitura, o encaminhamento feito pelo Samu pelo programa Vaga Zero deixou de ser feito devido à superlotação no sistema de saúde do município.
O comunicado foi enviado nesta segunda-feira (20) à Secretaria Estadual de Saúde. O objetivo da prefeitura é reorganizar o sistema de saúde.
— Nós tomamos esta medida para reorganizar nosso sistema de saúde e para proteger as pessoas, tanto os moradores de Canoas quanto os de fora. Neste ano, o problema da saúde está pior, e a gente está fazendo o que pode para não deixar a população desassistida. Este grupo é bastante sério, e as pessoas podem ficar bem tranquilas, porque estamos fazendo o nosso trabalho — afirma a secretária de saúde, Rosa Groenwald.
O HPS, o Hospital Universitário e as Unidades de Pronto-Atendimento da cidade passaram a receber um aumento expressivo no número de pacientes nos últimos dias devido à suspensão de atendimento no Hospital Nossa Senhora das Graças, que fechou a emergência na última quarta-feira (16) por conta da superlotação. São 14 pacientes para 9 vagas na unidade de cuidados especiais, 26 pacientes para oito vagas na sala de observação e 30 pacientes para 20 vagas na unidade de internação rápida. Segundo o diretor do hospital, Marco Antônio Figueiró, o hospital também enfrenta dificuldades financeiras e greve de médicos – os profissionais de oftalmologia, traumatologia e urologia estão paralisados desde a última semana por falta de pagamento.
Além do problema no Graças, o inverno rigoroso também é apontado como causador do aumento da procura nas unidades. A suspensão do atendimento obrigou a prefeitura a criar a Comissão de Gestão de Crise da Superlotação dos Hospitais. Com o trabalho, as equipes de saúde das UPAs foram reforçadas com sete médicos, o Hospital Universitário fez uma reestruturação e ampliou a capacidade em 16 leitos e o HPS implementou uma nova sala para atendimentos clínicos e ambulatoriais. O HPS, no entanto, também deixou de receber moradores de outras cidades encaminhados pelo Samu com risco de vida.
A comissão está tentando fortalecer o atendimento no Hospital Universitário, Hospital de Pronto-Socorro e UPAs Caçapava, Niterói, Boqueirão, Rio Branco e do Idoso. O grupo reúne representantes de cada uma das instituições.
GaúchaZH entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde para questionar sobre a restrição no atendimento do HPS pelo programa Vaga Zero e aguarda retorno.