Depois da negativa de empréstimos por parte de bancos, além da rescisão do contrato com a prefeitura de Porto Alegre, a nova administração do Beneficência Portuguesa espera encontrar mais portas abertas do que fechadas. Além do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), o apoio de agentes políticos é considerado essencial.
Foi a partir da articulação do deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) que o governo federal ofereceu ajuda. O parlamentar considera a auditoria de um dos hospitais de excelência vinculados ao Ministério da Saúde, que terá início neste mês, fundamental para traçar soluções para a crise na entidade:
— Será um raio X para mostrar exatamente o tamanho do problema.
Goergen antecipa que a bancada gaúcha na Câmara dos Deputados tem uma emenda, já aprovada, que pode ser destinada ao caixa do hospital.
— É uma rubrica de R$ 60 milhões para hospitais. Uma parte desse valor poderá ser destinada ao Beneficência. Mas, para isso, precisamos da gestão organizada e do resultado dessa consultoria do Ministério da Saúde — detalha.
Na Assembleia Legislativa, um dos deputados que trabalham na busca de soluções é Pedro Ruas (PSOL), nascido na casa de saúde e, desde dezembro, presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Hospital Beneficência Portuguesa. O deputado afirma que marcará, ainda durante o recesso parlamentar, uma reunião com as gerências do Banrisul e da Caixa Econômica Federal para viabilizar um aporte financeiro.
— São dois objetivos principais: pagar a dívida trabalhista e a dívida com a prefeitura — sintetiza, acrescentando que é obrigação da sociedade salvar o hospital. — O Banrisul foi insensível ao negar o empréstimo em 2017. Não sei quem ou o que é culpado por essa crise, mas nós temos a obrigação de resolver.
A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal de Porto Alegre articula apoio. De acordo com o vereador André Carús (PMDB), uma nova contratualização com o Executivo e o financiamento por parte do Banrisul são as ações mais efetivas para a situação:
— Politicamente, a gente precisa buscar esse diálogo com a prefeitura e com o banco do Estado. Vamos agir para que isso aconteça o mais rápido possível.