O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) recebeu no final da tarde desta terça-feira o resultado dos primeiros exames realizados em amostras de água coletadas em duas residências de pessoas da Capital que relataram problemas digestivos após o consumo de água. Desde o dia 20 de fevereiro, a prefeitura tem recebido uma média de 20 reclamações diárias pelo telefone 156. As queixas referem-se a gosto e cheiro ou cor alterada e turbidez da água.
Foi considerada negativa (zero) a presença de coliformes totais e Escherichia coli (a presença desta bactéria na água se deve à contaminação com fezes). Nesta quarta-feira, deve sair o resultado dos testes que apontarão se havia bactérias heterotróficas (que alimentam-se principalmente da matéria orgânica, que conseguem decompondo organismos mortos) na água. Na última segunda-feira, o Dmae coletou amostras de água em duas casas dos bairros São Geraldo e Rubem Berta, cujos moradores relataram problemas digestivos após o consumo. As queixas chegaram ao departamento por meio do Twitter.
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Com temperaturas superando a marca de 30ºC, abrir a torneira e receber uma água turva, com mau cheiro ou gosto ruim, tem sido uma desagradável rotina para moradores de diversos bairros de Porto Alegre.
– Eu percebi que há uma semana a água está com gosto ruim. Mesmo fervendo não sai o gosto de terra. A qualidade da nossa água deveria ser melhor – comentou a cuidadora de idosos Viviane Mohr da Costa, 41 anos, do Bairro Partenon.
Mesmo sabendo que a água está potável – em nota divulgada na segunda-feira, o Dmae informou que a água da Capital segue dentro do padrão de potabilidade estabelecido pela portaria 2914/2011 do Ministério da Saúde – Viviane tem medo de oferecer o líquido às filhas Vanessa, um ano e sete meses, e Lara, dez anos.
– Eles falam que não tem problema, mas tenho medo de dar e depois elas terem diarreia ou uma alergia – contou a moradora que está tendo uma despesa extra com água mineral.
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O policial militar Sandro Scheffer, 47 anos, também morador do Bairro Partenon, foi um dos consumidores que entrou em contato com o Dmae para relatar problemas com a água. Na avaliação dele, o cheiro de cloro tem se destacado na água, assim como a turbidez.
– Eu sinto o gosto principalmente no café. A gente paga para ter uma água de qualidade, mas não está tendo – reclama o morador que optou por comprar um filtro de barro para amenizar o problema.
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Roberta Schuler
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