A prolongada interdição de parte do segundo piso, desde o incêndio de julho de 2013, não é o único problema do Mercado Público de Porto Alegre. O restante do prédio sofre com falta de manutenção, que multiplica goteiras e levou ao desabamento do telhado em um dos banheiros no mês passado. As dificuldades fazem os comerciantes defender a ideia de que eles assumam a gestão do local, em vez da prefeitura.
Há um mês, uma viga cedeu e duas caixas d'água – com capacidade para 2 mil litros cada uma – desabaram sobre um banheiro feminino durante a madrugada. O espaço foi interditado. Quando chove, problemas nas calhas espalham goteiras pelo espaço interno.
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Por razões como essas, a Associação do Comércio do Mercado Público pretende apresentar ao prefeito um projeto para que os permissionários administrem tarefas como manutenção e limpeza. Hoje, o pagamento de condomínio e permissão de uso gera cerca de R$ 320 mil mensais, que vão para o município.
– A situação no mercado é muito difícil. Temos problemas com goteiras, de esgoto, de limpeza. Se nós assumirmos essas tarefas, teremos muito mais agilidade para resolver os problemas – argumenta o presidente da associação, Ivan Konig Vieira.
Até 2008, uma empresa respondia pelo serviço de manutenção. Ela faliu, e não foi realizada outra licitação. Vieira afirma que os comerciantes poderiam bancar cerca de R$ 4 milhões em reformas, que melhorariam os problemas e incluiriam a adaptação do prédio à lei contra incêndios, para reabrir o segundo piso. O prefeito Nelson Marchezan diz estar disposto a ouvir a proposta:
– O Mercado Público pode ser muito melhor usufruído, mas ainda vamos estudar o melhor modelo de gestão. Qualquer que seja, deverá contar com a participação dos comerciantes.
*ZERO HORA