A investigação preliminar da Polícia Civil e o relato de testemunhas à Brigada Militar apontam que os seis homicídios registrados em Porto Alegre em menos de dez horas estão relacionados com o tráfico de drogas. O delegado plantonista do Departamento de Homicídios, Amílcar de Souza Neto, que atendeu as ocorrências, afirma que "todos os crimes têm estilo de execução".
O bairro Rubem Berta, na zona norte, concentrou metade dos casos. O primeiro deles ocorreu próximo das 23h, na Rua Carmelita Grippi. Quatro bandidos armados desceram de um carro e atiraram diversas vezes contra Fagner Tiago Rodrigues Lenz, que morreu no local. Pouco depois, próximo das 4h30, mais dois homens foram assassinados na Rua Santa Rosa de Lima, também na região. O nome deles ainda não foi repassado.
Conforme o delegado Cassiano Cabral, da 3ª Delegacia de Homicídios, responsável pela área, o crime pode ser uma tentativa de tomada de pontos de tráfico de drogas.
"Algumas prisões que fizemos enfraqueceram lideranças locais", explica o delegado.
Ainda na zona norte, um homem foi morto a tiros na Rua Alberto Barbosa, na Vila Ipiranga.
Na Lomba do Pinheiro, zona leste, pouco depois da 0h, um transexual identificado como Juliana Silva Pereira foi morto a tiros. Ele era foragido da Justiça e tinha antecedentes por tráfico, segundo a Brigada Militar. Ao menos 10 tiros de pistola 9 milímetros atingiram a vítima.
No bairro Camaquã, na zona sul, Wagner Alfonso Hoch, 32 anos, foi baleado na Rua Professor Joaquim Louzada, por volta das 22h. Os familiares relataram à Brigada Militar que os dois autores do crime eram traficantes da Vila Funil. Os suspeitos já foram identificados.
Até o momento, ninguém foi preso.
Feriadão violento
Ao todo, o feriadão de Proclamação da República teve 30 homicídios no Estado. Destes, 16 foram na Capital, sete no Interior, seis na Região Metropolitana e um no Litoral.