O secretário estadual da Segurança, Wantuir Jacini, negou que exista relação entre a série de ataques a coletivos em Porto Alegre e uma rebelião ocorrida ontem na Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ), em Charqueadas. Em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (2), Jacini também voltou a descartar pedir auxílio da Força Nacional de Segurança.
“Se houvesse necessidade, eu seria o primeiro a pedir”, declarou, citando que a ajuda é necessária apenas em casos “específicos e pontuais”, o que não ocorre na PEJ.
Mais cedo, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, Jacini afirmou que iria propor o uso da Força Nacional dentro dos presídios, mas voltou atrás na decisão. "Se for necessário, vou propor ao governador e pedir para a Força atuar naquele presídio", disse de manhã, em referência à situação na PEJ (ouça abaixo).
Durante a tarde, a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) também descartou que as ordens para os ataques na Capital tenham partido de dentro da penitenciária. Segundo o órgão, a divisão de inteligência não apontou nenhum indício de ligação entre os fatos.
Na noite de ontem, cinco ônibus e uma lotação foram incendiados na zona sul de Porto Alegre. Até o momento, um suspeito de participação nos ataques foi detido. Segundo o delegado Marcelo Moreira da Silva, contudo, não há provas que comprovem a ligação dele com os atentados.
A polícia ainda busca imagens de câmeras de segurança e testemunhas que possam auxiliar na identificação dos autores dos incêndios aos coletivos - as câmeras destes veículos foram queimadas e não poderão ser aproveitadas. Ainda de acordo com o delegado, três motos e um automóvel foram usados nos ataques.
Para hoje, o secretário Jacini afirmou que a Brigada Militar está reforçando policiamento na região. “Com essas providências, estamos levando aos trabalhadores do transporte coletivo uma tranquilidade para trabalhar”, afirmou.
Cinco ônibus e uma lotação foram incendiados ontem (foto: Gabriel Moura / divulgação)