Foto: Arquivo pessoal
Na madrugada deste sábado, pouco mais de um dia após o início do Uber na capital gaúcha, um motorista do novo serviço em operação teve a passagem bloqueada por taxistas no bairro Mont'Serrat, quando tentava transportar um passageiro.
O estudante de 20 anos, que prefere não se identificar, conta que chamou o Uber pelo aplicativo à 0h32min em um bar na Rua Tenente Coronel Fabricio Pillar (como mostra a reprodução da tela do celular abaixo).
- Quando entrei no carro, conseguimos andar um pouco, mas nem 10 metros. Foi aí que percebemos a movimentação dos taxistas. Eles trancaram a rua - relatou o passageiro.
Foto: Reprodução do aplicativo
Conforme o jovem, que estava com a namorada e iria para a zona sul da Capital, os taxistas disseram que só liberariam a rua depois que a EPTC ou a Brigada Militar chegassem.
Teste ZH: táxi chega mais rápido, mas Uber é mais barato
Como foi a experiência de usar o Uber em Porto Alegre
Contatados por ZH, o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), que atende as ligações para a Brigada Militar, e a EPTC, responsável pelas ocorrências de trânsito e pelos táxis da Capital, negaram que houve chamado no local nesse horário.
- No início fiquei assustado, até por saber o que já aconteceu em outras cidades, como depredações. Fiquei sentido pelo motorista também, ele teve que entrar no bar pra se proteger. Ele apagou o aplicativo (do Uber) para tentar driblar os taxistas, que, mesmo assim, não liberaram - afirma o jovem.
Uber será tratado como transporte clandestino, diz EPTC
Aplicativo de "carona paga", Uber é considerado desleal por taxistas
Ele, então, chamou um familiar para ir embora, e não esperou a situação se resolver. Na manhã deste sábado, foi contatado por um gerente do Uber.
- O gerente ligou para me pedir desculpas e para dizer que terei direito a um vale - contou o rapaz.
Por meio de nota oficial, enviada por e-mail, a assessoria de comunicação do Uber repudiou o episódio. Confira o teor da nota na íntegra:
"Na madrugada do dia 21 de novembro um motorista parceiro e um usuário tiveram seu direito de trabalhar honestamente e seu direito de escolha cerceados. A Uber repudia qualquer tipo de violência. Acreditamos que conflitos deve ser administrados pelo debate de ideias entre todas as partes, e que o diálogo deve incluir, principalmente, a sociedade. Vale lembrar que o serviço prestado por motoristas parceiros é o de transporte privado individual, completamente legal e previsto na Política Nacional de Mobilidade Urbana."