Presidente do Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre (Sintáxi), Luiz Nozari disse que a categoria vai pressionar a Empresa Pública de Circulação (EPTC) para que cumpra a lei atual e aplique multa aos motoristas do Uber, transporte que começa a operar nesta quinta-feira e que é considerado clandestino na Capital pelo órgão de fiscalização.
- Se a lei não vale para eles, não vale para nós. Não é justo que trabalhadores que prestam o mesmo serviço tenham de cumprir uma série de normas e outros não. Não somos contra o Uber, somos contra a irregularidade - disse Nozari.
O representante dos taxistas considerou a estreia do serviço, anunciada na imprensa antes de ser discutida com a EPTC, uma "afronta muito antipática". Ele defende que haja uma discussão do tema junto ao legislativo municipal, para que o serviço, sendo de interesse da população, seja regulamentado.
- Não vou ficar fazendo papel do patinho feio, pintando o carro de laranja e encarando a burocracia para outros trabalharem da mesma forma sem ter de cumprir regras - disse.
Nozari reconhece que há demanda para a atuação do Uber em Porto Alegre - em parte devido a falhas no serviço de táxi -, mas acredita que, quando o aplicativo de "carona paga" começar a funcionar, os usuários podem se decepcionar.
- O serviço de táxi transporta 200 mil pessoas por dia. É claro que ele não é perfeito. Mas nós estamos concorrendo com uma utopia, e concorrer com uma utopia é impossível. O Uber parece uma maravilha porque ainda não começou.
Na manhã desta quinta-feira, em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, o gerente-geral da Uber no Brasil, Guilherme Telles, anunciou o começo das operações em Porto Alegre para as 15h. O diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, disse que o serviço será autuado como transporte clandestino, com multa de R$ 5,8 mil e apreensão do veículo.