A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) receberá nos próximos dias executivos do Uber, maior aplicativo de transporte privado individual do mundo. Na pauta, o detalhamento dos serviços da companhia e esclarecimentos sobre a legislação municipal para condução de passageiros. Ainda não há data para o encontro, mas deve ocorrer nos próximos dias.
A EPTC recebeu o pedido do Uber para reunião após a reação negativa do prefeito da Capital, José Fortunati, ao anúncio de início da operação do aplicativo na cidade, planejado para dezembro. Em entrevista à Rádio Gaúcha no último dia 9, Fortunati dissera que não permitiria a atividade sem um debate democrático e sem uma regulamentação, como ocorreu em outras cidades.
Conforme a prefeitura, a lei municipal não permite o transporte de passageiros em veículos não regulamentados. A possibilidade de desembarcar em Porto Alegre já no próximo mês gerou polêmica e revolta entre taxistas, que se posicionaram, em sua maioria, contra o serviço _ a exemplo do que ocorreu em outras capitais.
Alvo de polêmica, Uber pode esbarrar na lei em Porto Alegre
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Desde que desembarcou no Brasil, o serviço já arrebanhou 600 mil usuários e cadastrou 6 mil condutores. O aplicativo funciona em Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo e Brasília.
O Uber já tem recebido inscrições de pessoas interessadas em transportar passageiros em Porto Alegre, embora não informe em qual quantidade. O cadastro é feito no site www.parceirospoa.com. Quem se inscreve passa a receber orientação para palestras e eventos de treinamento, que continuarão sendo realizados até que se inicie a operação na Capital, conforme a Assessoria de Imprensa da empresa.
A possível chegada a Porto Alegre foi o centro das discussões do programa Porto Alegre em Debate, na TV Câmara, na última segunda-feira - e não faltou polêmica. Ao responder ao vereador Cláudio Janta (Solidariedade), que havia afirmado não ser contra a tecnologia, mas sim contra a "sacanagem", em referência à concorrência com taxistas, o diretor de relações institucionais do Uber, Daniel Mangabeira, disparou contra contra uma prática de alguns proprietários de táxis:
"Não existe essa raiva toda de taxistas contra a Uber", diz diretor da empresa no Brasil
- A gente também é contra a sacanagem. Nas cidades onde operamos, há um contingente grande indivíduos que não podem comprar sua placa ou alvará. Eles tem que participar de uma diária escorchante, tem gente que paga 200 por dia para trabalhar. Essa é uma sacanagem.
No entendimento de Mangabeira, a Lei Federal de Mobilidade Urbana permite transporte privado de passageiros, e o que falta é uma regulamentação. Presidente do Sindicato dos Taxistas, Luiz Nozari defendeu que os taxistas tenham o mesmo direito que reivindicam os motoristas do Uber:
- Se a sociedade achar melhor não ter regulamentação, nós também vamos aderir: os táxis vão abandonar o taxímetro, o carteirão, as vistorias, as taxas e vão cobrar o que quiserem.