Quando ocorrerem cheias, como ficarão os dois projetos que prometem modificar a orla central do Guaíba, o Cais Mauá e o Orla do Guaíba?
A pergunta gerou debates nas redes sociais, na medida em que o Guaíba avançava para uma enchente de níveis históricos, ontem. Afinal, os dois projetos ficam à flor da água, que teima em subir. É plausível ter edifícios na região, como planeja o Cais Mauá? Além da reforma dos armazéns ribeirinhos, para uso como área de lazer e gastronomia, o projeto prevê construção de três edifícios de escritórios e hotel com até 100 metros de altura, além de um centro comercial à beira do Guaíba. Tudo isso sob críticas de ambientalistas e apoio de quem acredita que a orla merece uma renovação arquitetônica.
Nesta segunda-feira, o Guaíba chegou ao maior nível em 74 anos, 2m88cm, segundo o Centro Integrado de Comando (Ceic) de Porto Alegre
A presidente da empresa Cais Mauá, Julia Costa, acompanha a situação do Guaíba e assegura que o projeto Cais Mauá não sofreria maiores impactos com a cheia, se já estivesse concretizado. Ela ressalta que as obras prevêem que toda parte elétrica ficará 80 cm acima do piso dos armazéns - quase 1 metro acima do nível do rio ontem.
- Há previsão também de túneis pluviais para drenar água com rapidez e o material dos edifícios próximo ao solo será construído com resistência á água, sem madeira. Bombas serão implementadas para retirar água dos poços dos elevadores, se for o caso. Mas acreditamos que os prédios não sejam atingidos pela cheia.
O otimismo de Julia se ampara no fato de que cheias como a desta semana são extremamente raras em Porto Alegre. Ela ressalta também que a empresa Cais Mauá se comprometeu em recuperar todas as emperradas 14 comportas do complexo de contenção de enchentes da Capital. Isso seria garantia contra o avanço das águas do Guaíba avenidas adentro.
E o Orla do Guaíba, que pretende construir e reformar passeios públicos no trecho ribeirinho entre a Usina do Gasômetro e a Rótula das Cuias? A área está debaixo da água, com a atual enchente. Mas o prefeito José Fortunatti assinalou ontem: ali não estão previstos prédios, o que minimiza qualquer impacto sobre a obra. O máximo que ficaria alagado são calçadas.
Veja como está a situação dos rios na medição mais recente da Defesa Civil: