A previsão de temporal para esta terça-feira fez a prefeitura de Porto Alegre montar um plano de prevenção a novos alagamentos, principalmente na Região das Ilhas. Foram providenciadas mais 280 novas vagas em abrigos, que são oferecidas aos moradores desde domingo.
- Estamos alertando a população das ilhas sobre o temporal e convidando eles para irem para os abrigos - informou o coordenador-geral da Defesa Civil do município, Nelcir Tessaro.
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O alerta já fez duas famílias deixarem suas residências no domingo e se dirigirem ao Ginásio Tesourinha, onde há cerca de 230 pessoas abrigadas. Mesmo assim, a maioria dos moradores preferiu ficar em suas residências, com medo de saques.
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Graças à baixa do Guaíba na segunda-feira - que passou de 2m72cm no início da manhã para 2m66cm à tarde -, a Defesa Civil estima que a água não ultrapasse os 2m82cm nesta terça-feira, mesmo com chuva forte. Apesar de ser 12cm menor do que o pico de sábado, de 2m94cm, maior marca em 74 anos, o índice esperado deve causar novos alagamentos na cidade.
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Com isso, a situação das Região das Ilhas, definida como "calamitosa" pelo prefeito José Fortunati, deverá se agravar. A Ilha dos Marinheiros, por exemplo, ainda tem uma parte totalmente alagada, onde o acesso é possível apenas de barco. Tessaro explica que o problema não será o volume de chuva que pode cair sobre a Capital nesta terça-feira, mas a previsão de vento no sentido sul.
- Quando sopra para o sul, o vento joga água da Lagoa dos Patos no Guaíba, que fica represado e causa alagamentos. É possível que a água na região das ilhas fique na altura do joelho - completa Tessaro.
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Por prevenção, a prefeitura conta com mais 170 vagas para abrigo no Ginásio Tesourinha, 50 na Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem (onde já estão 100 desabrigados) e 60 na associação comunitária da Ilha Pintada - ambas localizadas na Rua Nossa Senhora da Boa Viagem. No total, Porto Alegre tem 600 desabrigados e 1,5 mil desalojados, entre os 12 mil atingidos pela chuva.
- Nossa preocupação é também com as 300 famílias que receberam lonas no temporal da última quarta-feira, pois suas casas foram destelhadas e podem ser alagadas - acrescenta Tessaro.
O coordenador ainda explica que os desabrigados devem permanecer fora de casa por pelo menos 15 dias, para que possam retornar às suas residências com segurança. A Defesa Civil informa que não são mais necessárias doações de roupas e colchões. As famílias atingidas precisam principalmente de água, alimentos, produtos de higiene e limpeza (veja como doar abaixo).
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Fiergs concentrará grandes doações
Na segunda-feira, mais um local para doações foi estabelecido pela prefeitura: a sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). A ideia é que as grandes doações feitas por empresas aos atingidos sejam centralizadas nos bancos sociais da entidade.
Segundo o vice-prefeito da Capital, Sebastião Melo, a medida facilita o processo de armazenagem e distribuição dos alimentos e materiais doados em maior escala.
- Usaremos o alcance da prefeitura para pedir a colaboração das empresas e a estrutura da Fiergs para receber e encaminhar essas doações.
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A federação dispõe ainda de caminhões que realizarão o trabalho de entrega dos donativos. Além disso, também enviará uma equipe de nutricionistas para auxiliar no trabalho com os alimentos no Ginásio Tesourinha e buscará a doação de 300 sacos de areia a serem utilizadas junto ao Cais Mauá para evitar a entrada de água na cidade.
COMO DOAR
- São necessários alimentos, garrafas de água, produtos de higiene (xampu, desodorante, escova de dente, absorventes e fraldas geriátricas), produtos de limpeza (sabão em pó, esponjas e panos), lonas e velas.
- Esses materiais podem ser entregues no Ginásio Tesourinha (avenida Érico Veríssimo, s/nº), das 8h às 22h, ou no Gabinete de Defesa Civil (rua Dr. Campos Velho, 426 ), das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira.
- Doações para a reconstrução das casas (móveis, telhas, lonas e madeira) devem ser entregues na sede do Demhab (av. Princesa Isabel, 1115), das 8h às 20h, de segunda-feira a sábado (no sábado, a entrega deve ser feita pela entrada lateral, na guarita da rua Conde D'Eu).
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