Homem que recolheu 140 cães precisa de terreno para continuar cuidando deles

Acompanhado do cão Batoré e de outros cerca de 70 cachorros, o carregador da Ceasa José Damião dos Santos, 48 anos, voltou ontem ao terreno de onde há 20 dias os resgatou da enchente que atingiu o Bairro Americana, em Alvorada. Com a área onde cuidava dos bichos inundada pelo transbordamento do Arroio Feijó, José Damião ficou as duas últimas semanas em outros terrenos usando um antigo ônibus da década de 1980 como abrigo para os animais.

A história de José Damião foi publicada no Diário Gaúcho em 22 de julho e, desde então, uma corrente de solidariedade se formou para ajudá-lo a cuidar dos 140 cães retirados das águas. Batoré, resgatado há dois anos pelo carregador da Ceasa quando ele passava próximo ao Sambódromo, em Porto Alegre, é um deles.

- Ele estava abandonado e fraco no meio da rua. Fiz uma trilha com bergamotas e ele veio para o meu colo. Virou meu companheiro no volante do ônibus - conta José Damião, que há 15 anos começou a cuidar de cachorros de rua.


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Hoje, o maior problema de José Damião é não ter um espaço adequado para cuidar deles. O terreno usado há 15 anos pertence à administração municipal e o carregador da Ceasa já foi alertado que deverá deixar o local. Ele diz que só sairá quando a Justiça determinar. Até lá, lutará para arrecadar dinheiro suficiente para comprar um espaço e ampliar a rede - no ápice da enchente, 140 cães dormiram dentro do ônibus.

Imagens e edição: Mateus Bruxel/Agência RBS

Dizendo-se um apaixonado por cães, ele afirma que não pretende abandonar o serviço voluntário, mesmo com a dificuldade para mantê-los abrigados .

- Eu tenho uma doença: eu junto cachorros de rua. E vou continuar fazendo isso. Desde a divulgação do meu trabalho na mídia, já ganhei 11 toneladas de ração. Mas precisamos de uns R$ 60 mil para comprarmos uma área e fazermos uma ong -explica José, que sabe de cor o nome de cada um dos bichinhos.



PARA AJUDAR
* José Damião abriu uma conta bancária para arrecadar dinheiro e comprar um terreno. 
* Para saber como ajudar, o contato é 9333-9068, com o voluntário Nelson Fernandes.

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