Após mais de quatro horas de reunião, foi firmado acordo que pode restabelecer parcialmente os serviços de ônibus em Porto Alegre a partir das 12h desta terça-feira (04). Assembleia dos trabalhadores, às 8 horas, analisará a proposta firmada entre empresários e rodoviários nesta segunda-feira (03), em audiência de mediação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A proposta, previamente aceita pelos representantes da categoria e pelo Sindicato das Empresas de Ônibus prevê reajuste salarial de 7,5%, aumento de R$ 3 no vale-refeição, que passa para R$ 19, redução da contrapartida do plano de saúde de R$ 40 para R$ 10 e ainda abono do ponto nos dias de greve.
Caso a proposta seja aprovada pela assembleia dos rodoviários, a circulação dos ônibus será retomada a partir do meio-dia, atingindo 70% da frota a partir das 16h, quando 994 coletivos devem estar na rua, segundo a EPTC. Esse montante deverá ser mantido integralmente até a meia-noite de quinta-feira (06), período em que devem ser negociadas outras reivindicações dos rodoviários. Se tudo correr dentro do previsto, a greve encerra na sexta-feira (07). Mas se o acordo for rejeitado, todas as ofertas feitas pela classe patronal serão anuladas e a negociação volta à estaca zero, além da Justiça retomar a cobrança de multa de R$ 100 mil por dia ao Sindicato dos Rodoviários.
O encontro desta segunda-feira foi marcado por dificuldades nas negociações. Na mesa de mediação, além de rodoviários e empresários, estavam representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT), Empresa Pública de Transporte e Circulação ( EPTC) e prefeitura de Porto Alegre. A oferta inicial apresentada pelas empresas aos rodoviários de reajuste salarial foi de 6,5%. Os representantes do sindicato consideraram o valor insuficiente e novas propostas foram feitas ao longo da tarde.
A desembargadora Ana Luiza Kruse cobrou do sindicato e da comissão de negociação que o acordo firmado seja defendido na assembleia, a fim de sensibilizar os rodoviários sobre os avanços obtidos e assim a paralisação seja reduzida. O último acordo, que determinou 70% dos ônibus em horário de pico, foi aceita pelos representantes do sindicato, mas vetada em assembleia.
Greve dos rodoviários
A paralisação da categoria teve início na última segunda-feira (27) com a manutenção de 30% da frota em circulação. No segundo dia de greve, os rodoviários decidiram pela paralisação total das atividades após a Justiça determinar que pelo menos 70% da frota circulasse nos horários de pico. Na quinta-feira, algumas empresas voltaram a colocar ônibus nas ruas, mas na sexta os sindicalistas descumpriram novo acordo com a Justiça e houve greve geral.
A prefeitura entrou com ação judicial pedindo apoio da Brigada Militar para garantir a saída dos ônibus das garagens e chegou a cogitar a utilização da Força Nacional de Segurança para resolver o impasse. No fim da tarde de sexta-feira, a categoria decidiu, em nova assembleia, manter a paralisação geral.