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O Hospital Ana Nery, de Santa Cruz do Sul, anunciou neste sábado (15) que decidiu pela rescisão do contrato firmado com a empresa CAF Representação e Intermediação de Negócios, por conta de suposto envolvivemento em desvios de recursos de emendas parlamentares. A investigação faz parte da Operação EmendaFest, deflagrada nesta semana no Rio Grande do Sul e em Brasília (DF).
Em nota, o hospital informa que "ao tomar conhecimento dos fatos apurados na Operação Emendasfest envolvendo a empresa CAF Representação e Intermediação de Negócios, como medida inicial, decidiu pela imediata rescisão do contrato firmado com esta empresa". O comunicado à imprensa ainda diz que a medida foi tomada "com o compromisso de zelar pela transparência, ética e responsabilidade na gestão da instituição".
Questionado, o hospital não respondeu se tinha conhecimento sobre as suspeitas de irregularidades e não quis dar maiores esclarecimentos à reportagem. A operação localizou documentos e diálogos de suspeitos que apontam para uma cobrança de 6% de propina no repasse de emendas parlamentares ao hospital em Santa Cruz do Sul.
A soma de pagamentos indevidos pode chegar a R$ 509,4 mil reais, montante que foi bloqueado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em contas dos investigados. A investigação captou diálogos dos suspeitos sobre formas de esquentar o dinheiro ilegal.
Um dos alvos da operação é Lino Rogério da Silva Furtado, chefe de gabinete do deputado federal gaúcho Afonso Motta, do PDT. Também está envolvido o lobista e diretor da Metroplan, Cliver Andre Fiegenbaum.
Além de Fiegenbaum e Furtado, foram alvo da operação o superintendente do Hospital Ana Nery, Gilberto Gobbi, o diretor administrativo Celcio da Silveira Junior e o analista financeiro Leandro Diedrich. Também foram alvo Agnaldo Machado Ferreira e Carlos Danilo Wagner.
A operação já apreendeu com os investigados 11 celulares, oito notebooks, dois discos rígidos, três pendrives e 21 pastas e documentos. O relatório das apreensões foi concluído nesta sexta-feira (14) pela PF.
Em dinheiro vivo, foram R$ 288 mil reais apreendidos, dos quais R$ 238 mil estavam com apenas um dos alvos. Com esse mesmo investigado, foram encontrados dois celulares escondidos no forro do escritório.
Nesta sexta (14), foi publicada no Diário Oficial do Estado a exoneração de Cliver André Fiegenbaum do cargo que ocupava no governo do Rio Grande do Sul. Fiegenbaum era diretor Administrativo e Financeiro da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), órgão ligado à Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano.