Em discurso nesta quinta-feira (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o governo não pode "ter medo de enfrentar a mentira". A fala ocorreu na cerimônia de sanção de um projeto de lei de regulamentação da reforma tributária.
Ele também atacou o que chamou de "pessoas travestidas de políticos que na verdade tentaram dar um golpe nesse país em 8 de janeiro de 2023".
Apesar de não citar nenhum nome, a declaração do presidente foi motivada pela onda de críticas nas redes sociais por uma norma da Receita Federal, que foi revogada. A medida ampliava a fiscalização sobre movimentações financeiras, entre elas, as transações via Pix.
"Volta do facismo"
Lula usou, ainda, de uma retórica de medo sobre uma suposta volta do "fascismo" — que seria representada com a vitória do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados, pela sua lógica — para motivar o governo, a esquerda e todos do espectro democrático a combaterem a desinformação.
— Nós não temos que ter medo de enfrentar a mentira. Não temos que ter nenhuma preocupação de enfrentar essas pessoas travestidas de político que na verdade tentaram dar um golpe nesse país em 8 de janeiro de 2023. Não temos de ter medo de enfrentar fake news e fazer o debate, a disputa, a cada dia, minuto e hora — declarou.
Valorização da democracia
Lula elogiou o regime democrático, que, segundo ele, "é a melhor forma de governança que existe". Apesar disso, disse que, do ponto de vista de aprovação de medidas, a democracia impõe algumas dificuldades.
— Num regime autoritário, que tem imprensa castrada, sindicalismo castrado, sociedade aprisionada pela censura, pode fazer qualquer coisa. Mas fazer o que fizemos em um regime democrático, em um Congresso em que meu partido só tinha 70 deputados e nove senadores, com imprensa livre, sindicato livre e empresário podendo falar o que quiser, a democracia é a melhor forma de governança que existe — declarou.