O ano de 2023 poderia ter entrado para a história como o último em que vigorou a democracia brasileira como a conhecemos. Quando uma turba revoltosa tomou de assalto a Praça dos Três Poderes, em Brasília, e invadiu as sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, por algumas horas houve dúvidas se os pilares do Estado brasileiro resistiriam ao dia 8 de janeiro. Bens tombados pelo patrimônio histórico e obras de arte de valor inestimável acabaram danificados ou destruídos, mas a democracia brasileira – ainda que fragilizada – resistiu à tentativa de golpe promovida por militantes de extrema direita. Garantido no poder, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dedicou o primeiro ano de seu terceiro mandato a negociar com o chamado Centrão uma base mínima de sustentação política e a contrabalançar a pressão por aumento dos gastos públicos com exigências de respeito à meta fiscal. A exemplo da própria democracia, foi um ano em que o governo precisou andar na corda bamba.
Na corda bamba
Notícia
Retrospectiva 2023-Perspectiva 2024: o ano em que a democracia brasileira ficou a perigo
Atos de 8 de janeiro em Brasília marcaram o ano na política, mas o início do terceiro governo Lula trouxe outros temas para o centro do debate. E vêm aí as eleições municipais em 2024