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Depois de duas ausências em audiências da Comissão de Segurança Pública, o ministro da Justiça, Flávio Dino, compareceu a uma sessão da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara na manhã desta quarta-feira (25) para a qual foi convocado.
Aos deputados, o ministro disse que não pretende atender aos requerimentos do colegiado de segurança. Em ofício, Dino justificou que sua ausência ocorreu após o Ministério da Justiça apontar elevado risco de agressões físicas e morais contra ele por parte de integrantes da comissão, inclusive com ameaças de uso de arma de fogo por parlamentares.
À Comissão de Fiscalização, presidida por Bia Kicis (PL-DF) e controlada por deputados apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Dino falou sobre a recusa do envio de imagens das câmeras do Ministério da Justiça durante invasão de 8 de janeiro à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), supostas "práticas abusivas" contra as big techs, suspeita de interferência na Polícia Federal (PF) e cortes no Orçamento de 2024 para o combate à criminalidade.
Em ofício à Câmara na terça, Dino afirmou que os parlamentares poderiam estar armados, o que poderia representar ameaça à integridade física.
"É verossímil pensar que eles andam armados, o que se configura uma grave ameaça à minha integridade física, se eu comparecesse à audiência. Lembro, a propósito, que os parlamentares não se submetem aos detectores de metais, o que reforça a percepção de risco, inclusive em razão dos reiterados desatinos por parte de alguns", argumentou.
A sessão novamente foi marcada por provocações. O ministro reforçou que apenas responderia às perguntas relativas aos temas dos requerimentos.
— É a primeira vez que vejo o ministro sem medo de ir à Maré, mas com medo de perguntas — disse Nikolas Ferreira (PL-MG), numa referência a uma favela do Rio de Janeiro.
— Está com medo de responder, é? — questionou outro parlamentar, fora do microfone.
Parlamentares do governo compareceram para fazer a defesa do ministro.
Dino já compareceu a três audiências no Congresso — duas na Câmara e uma no Senado. Em todas elas, o ministro fez piadas e ironias com os parlamentares. Em abril, a sessão foi interrompida depois da sucessiva troca de ataques e provocações entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.