A Polícia Federal encontrou mensagens com planos para a realização de um golpe de Estado no celular do tenente-coronel do Exército, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O militar foi preso em maio durante investigação de um suposto esquema de fraudes em certificados de vacina contra a covid-19.
Segundo a colunista do jornal O Globo, Malu Gaspar, os policiais federais encontraram no celular de Cid o esboço de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), documento que permite a convocação de intervenção das Forças Armadas em situações de perturbação da ordem pública.
Conforme apurou a colunista, Mauro Cid depôs novamente em Brasília, na sede da PF, nesta quarta-feira (7). O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, foi quem assinou o documento autorizando o depoimento.
No despacho, ele escreveu que Cid "reuniu documentos com o objetivo de obter suporte jurídico e legal para a execução de um golpe de estado" e afirma que o conteúdo trata "da possibilidade de emprego das Forças Armadas em caráter excepcional destinados a garantir o funcionamento independente e harmônico dos poderes da União".
De acordo com a colunista, o objetivo da PF é descobrir para quem o material seria enviado. Em depoimento, Cid optou por se manter em silêncio, diz a coluna.
Em 18 de maio, quando depôs à PF no caso da investigação da fraude em certificados das vacinas, o militar também permaneceu em silêncio. Os possíveis beneficiados do esquema seriam Bolsonaro, a filha de 12 anos do ex-presidente, o próprio Cid, a esposa dele e ainda a filha do ex-ajudante de Bolsonaro.