O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (DF), Anderson Torres, prestou depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira (16) e falou sobre a minuta com teor golpista encontrada na casa dele, em janeiro.
O interrogatório foi conduzido pelo ministro Benedito Gonçalves, corregedor da Justiça Eleitoral, por videoconferência. Torres está preso preventivamente na investigação sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro, em Brasília.
Embora tenha recebido autorização para ficar em silêncio, ele respondeu a todos os questionamentos. O depoimento durou cerca de uma hora e terminou por volta das 11h30min. O ex-ministro já havia sido ouvido por 10 horas pela Polícia Federal (PF) no inquérito sobre os protestos violentos na Praça dos Três Poderes.
Além de reiterar que desconhece a autoria da minuta, Torres contrapôs a versão da Procuradoria-Geral da República (PGR), que afirmou que o documento não parecia que seria descartado e estava "muito bem guardado" em uma pasta oficial do governo federal, junto a pertences pessoais.
Conforme o portal G1, o ex-ministro teria classificado o teto como "folclórico" e "lixo".
Torres foi ouvido na condição de testemunha e não de investigado. O depoimento foi prestado em uma ação de investigação eleitoral sobre a reunião do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com embaixadores estrangeiros. Na ocasião, Bolsonaro atacou as urnas e levantou suspeitas sobre a lisura do processo eleitoral. A minuta de intervenção no TSE foi anexada como prova nos autos. A ação pode deixar o ex-presidente inelegível.