
O presidente Jair Bolsonaro voltou nesta última sexta-feira (15) a Juiz de Fora, Minas Gerais, cidade onde foi alvo de uma facada durante a última campanha eleitoral, em setembro de 2018.
O retorno pela primeira vez ao local ocorre no momento em que Bolsonaro é cobrado pelo acirramento das discussões sobre violência política, após o assassinato do guarda municipal petista Marcelo Arruda cometido pelo agente penal federal bolsonarista Jorge Guaranho, no sábado passado (9), em Foz do Iguaçu (PR).
Na cidade mineira, Bolsonaro participou de um culto evangélico, onde fez referência à facada e voltou atacar o ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
— Quem tirou Lula da cadeia foi o ministro Fachin. Onde está hoje em dia? Conduzindo o processo eleitoral — disse o chefe do executivo na ocasião.
O presidente também reagiu à declaração da juíza Ana Lúcia Todeschini Martinez, que havia dito que a bandeira nacional poderia ser considerada propaganda eleitoral a partir de agosto, o que foi rejeitado pelo TRE-RS na última sexta-feira (15).
— Se alguém proibir usar bandeira nacional, essa ordem será descumprida com aval do presidente da República — afirmou Bolsonaro.
O presidente chegou à cidade mineira por volta das 9h, e seguiu em motociata para o culto da 43.ª Convenção Estadual das Assembleias de Deus. No trajeto, uma mulher foi retirada do ato ao se aproximar de Bolsonaro e chamá-lo de "corrupto". Após o encontro com religiosos, o presidente foi para a Santa Casa de Juiz de Fora, onde foi operado após a facada em 2018. O autor do ataque, Adélio Bispo de Oliveira, foi preso em flagrante após o crime.
— É uma coisa que a gente nunca espera acontecer conosco. Temos o assassino, três advogados com condições, temos palavras de alguns, um que tentou entrar na Câmara usando o nome do Adélio, entre tantas e tantas outras coisas. Eu não tenho ascendência sobre a Polícia Federal. Me acusam de interferir o tempo todo. Não acham nada — declarou Bolsonaro.
A Polícia Federal concluiu que não houve um mandante para o crime, e que Adélio agiu por conta própria. A Justiça considerou o autor do crime inimputável em razão de doença mental.
Na passagem por Juiz de Fora, Bolsonaro não esteve no local onde ocorreu a facada, mas, quatro anos depois, a esquina das ruas Batista de Oliveira e Halfeld virou ponto de peregrinação de bolsonaristas. Eles disputam espaço para fotos com camelôs, vendedores de frutas e engraxates que trabalham na região.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.