Cerca de 40% dos brasileiros entendem que o presidente Jair Bolsonaro (PL) incentiva desmatamento, invasão de terras indígenas, garimpo clandestino, e pesca e caça ilegais, mostra pesquisa do Datafolha feita nesta semana e divulgada na noite desse sábado (25).
O Datafolha questionou 2.556 pessoas acima dos 16 anos em 181 cidades, em meio ao debate público sobre o assassinato do indigenista Bruno Pereira e do repórter inglês Dom Philips. Até o momento, três suspeitos foram presos, e a Polícia Federal e a Polícia Civil investigam se há mandantes para o crime. Um quarto homem supostamente envolvido no crime chegou a se apresentar à polícia, em São Paulo, mas acabou liberado.
Entre 39% e 43% dos brasileiros (a variação envolve a margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos) acreditam que Bolsonaro mais estimula do que enfrenta os seguintes crimes: ação de caçadores e pescadores ilegais na Amazônia; a invasão de terras indígenas; o desmatamento na Amazônia de forma geral; o garimpo ilegal na Amazônia.
Por outro lado, cerca de um terço (33%) dos entrevistados afirmaram que o presidente mais combate do que incentiva crimes na Amazônia. Entre 8% e 10% das pessoas adotaram opinião neutra e afirmaram que Bolsonaro não fomenta nem reprime crimes. Por fim, entre 13% e 18% não souberam opinar.
As estatísticas mostram que entrevistados que apoiam Jair Bolsonaro entendem que o presidente mais combate do que incentiva crimes na Amazônia. De outro lado, eleitores de Lula e entrevistados que desaprovam a gestão Bolsonaro entendem que o atual mandatário estimula a criminalidade ambiental.
A pesquisa do Datafolha ainda apontou que 25% dos brasileiros se consideram “bem” informados sobre o caso Bruno Pereira e Dom Philips. Outros 38% estavam a par e “mais ou menos” informados, 12% estavam a par, mas “mal” informados e 24% não tomaram conhecimento do assassinato.
Em entrevista à Rádio Gaúcha na terça-feira (21), o superintendente da Polícia Federal do Amazonas, Eduardo Fontes, afirmou que Dom Philips estava "no lugar errado, na hora errada", e que o foco dos criminosos era Bruno Pereira.
A dupla desapareceu na Amazônia no início de junho. Dez dias depois, Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, confessou os homicídios. Ele, juntamente com outras pessoas, teria assassinado, esquartejado, queimado e enterrado os dois.
— O jornalista, ao que tudo indica, estava no lugar errado, na hora errada, com a pessoa errada. A questão era o Bruno, que era o grande problema deles ali, que dificultava na questão da pesca ilegal — avaliou o superintendente.