O corpo da ex-primeira-dama do Estado Judite Dutra foi velado na manhã deste sábado (21), na capela 2 do Angelus Memorial e Crematório, localizado no bairro Medianeira, em Porto Alegre. O velório e a cerimônia de despedida foram acompanhados por familiares, amigos e políticos. A esposa do ex-prefeito da Capital e ex-governador Olívio Dutra faleceu na sexta-feira (20), aos 78 anos, em decorrência de problemas com diabetes.
— A dona Judite era uma pessoa que, juntamente com o ex-governador Olívio Dutra, tem uma história de vida que se confunde muito com a própria criação do Partido dos Trabalhadores no Rio Grande do Sul. Participou da coleta das assinaturas para legalizar o partido e atuou de forma ativa na campanha de 1982 — comentou o deputado federal Paulo Pimenta (PT), salientando que o clima é de comoção entre os militantes do PT no Estado.
Judite faleceu na unidade de terapia intensiva (UTI) do Instituto de Cardiologia, após ficar 10 dias internada e necessitando do auxílio de ventilação mecânica para respirar. O carinho das pessoas foi demonstrado também pela grande quantidade de coroas de flores enviadas.
No final da tarde de sábado, uma postagem em rede social de Olívio trouxe as palavras ditas por ele na despedida:
— Judite merecia descansar. Esse descanso merecido me dói, dói muito no coração da gente e no meu. Judite foi uma lutadora amorosa. Minha primeira namorada. Casamos depois de oito anos de namoro e noivado. Judite merece que a gente não esmoreça. Judite querida, muito obrigado, vá em paz. Nós ficamos aqui, procurando ir adiante com os teus ensinamentos.
O pré-candidato petista ao Palácio Piratini, Edegar Pretto, também avaliou a importância da ex-primeira-dama no cenário:
— Dona Judite deixa para a sua segunda família, que é o Partido dos Trabalhadores, um vazio enorme. Toda a nossa militância conviveu muito de perto com ela, que era a grande companheira de Olívio. E deixa esse vazio no Rio Grande do Sul todo — observou.
A professora aposentada nasceu no município de Rolador, na Região Noroeste, em 12 de novembro de 1943. Viveu em São Luiz Gonzaga, nas Missões, local em que realizou os estudos, entrou para o magistério, casou-se com o marido Olívio Dutra e teve os filhos Espártaco, 52 anos, e Laura, 51. Sempre esteve ao lado e apoiou o companheiro durante sua trajetória política na Capital, no Estado e em Brasília. Judite também deixou dois netos: Lorenzo e Benício.
— Olívio está muito agradecido pelo convívio longo e afetuoso com a esposa — afirmou Batista Filho, presidente do Conselho Deliberativo da Associação Riograndense de Imprensa (ARI), que é amigo do ex-governador desde 1976.
Diversos políticos estiveram levando sua solidariedade aos familiares no velório, inclusive a ex-presidente da República Dilma Rousseff. O ex-governador Tarso Genro foi um dos primeiros a chegar, enquanto o governador Ranolfo Vieira Júnior compareceu ao local às 9h45min. O vereador Jonas Reis (PT), a deputada estadual Sofia Cavedon (PT) e o deputado federal Pepe Vargas (PT) também estiveram no Angelus Memorial e Crematório.
— Foi um exemplo de mulher e, desde o primeiro momento, sempre esteve junto do Olívio. Tinha uma humildade e, ao mesmo tempo, uma garra e coragem de sempre estar enfrentando os obstáculos do dia a dia. Tenho muito orgulho de ter convivido com a Judite. É uma perda muito grande para a luta das mulheres, do exemplo de uma mulher missioneira que sai do fundo da grota e se torna primeira-dama do Estado — avaliou o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, o deputado Valdeci Oliveira (PT).
O PT optou por adiar o encontro de coordenadores regionais que estava previsto para ser realizado neste sábado em Porto Alegre. A data foi transferida para o dia 28 de maio.
A missa de sétimo dia será celebrada na próxima quinta-feira (26), às 18h, na Igreja São João, na Av. Assis Brasil, em Porto Alegre, segundo postagem da página do ex-governador em rede social.