A ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta sexta-feira (3) o pedido do empresário Marcos Tolentino para reconsiderar a decisão que negou a ele o direito de faltar ao depoimento na CPI da Covid. Tolentino é apontado como sócio oculto da FIB Bank, fiadora da Precisa Medicamentos na negociação da Covaxin.
"Não há demonstração de fato ou ato a fundamentar revisão da decisão, razão pela qual indefiro o pedido de reconsideração formulado pelo impetrante", escreveu a ministra.
O empresário entrou com recurso depois que recebeu alta do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, na noite de quinta-feira (2). Ele era aguardado na comissão parlamentar, mas informou aos senadores que estava internado e faltou ao interrogatório.
Durante a sessão, o senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, chegou a ligar para o hospital para saber sobre o quadro de saúde do empresário.
— Ele é um fraudador. E não vai fraudar uma doença? Veja bem: o Marcos Tolentino é aquele cidadão que é dono de um banco que não é banco, que tem um capital de R$ 7,5 bilhões num terreno, em São Paulo, que não existe. É esse cidadão que se interna às vésperas de ser ouvido! Ele virá pra cá, nem que seja de maca, mas vai vir aqui — disse Aziz na sessão.
Embora não tenha se apresentado aos senadores, o empresário chegou a participar de uma entrevista gravada do hospital. Ao STF, a defesa disse que a gravação "apenas demonstra o sensível estado de confusão mental do paciente, que, entre outros tratamentos, é submetido a acompanhamento psicológico e psiquiátrico".
O advogado pedia que a ministra proibisse a condução coercitiva de Tolentino ou, em alternativa, autorizasse o empresário a responder por escrito as perguntas dos senadores.