Após o ministro da Economia, Paulo Guedes, declarar que o governo federal está “sereno” e que a melhor resposta à crise no mercado financeiro são as reformas econômicas, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou, na tarde desta segunda-feira (9), em Brasília, que a gestão Jair Bolsonaro precisa “deixar claro” o que pensa da crise e pontuou que apena as reformas não bastam para resolver o cenário.
Na manhã desta segunda, a cotação do dólar disparou e chegou a R$ 4,794, enquanto a bolsa de valores de São Paulo registrou queda de 10%, o que levou a uma interrupção nas negociações. A crise ocorre em meio ao avanço do coronavírus no mundo, que vem afetando as economias de diversos países. Guedes, mais cedo, não mencionou medidas a serem adotadas pelo governo federal.
Em declaração à tarde durante o evento Educação Já!, Maia ainda destacou que o Congresso não recebeu as propostas do governo federal para as reformas administrativa e tributária.
— Parte da solução de médio e longo prazo são as reformas, que precisam chegar à Câmara, mas não chegaram ainda. Nem a administrativa, nem a tributária. Estamos prontos para ajudar com a agenda de reformas, que ajudam, mas não são o único ponto para solucionar os danos da crise. O governo precisa comandar o processo, deixar claro para os outros dois poderes o que ele pensa da crise e como pode ajudar — afirmou Maia.
O presidente da Câmara destacou a disposição do Congresso em “ser colaborativo” com o governo para superar a crise:
— A postura do governo é comandar o processo e a do Congresso é ser colaborativo e construir junto com o governo as soluções que possam minimizar o baixo crescimento do Brasil nos últimos anos e, somado a isso, a crise internacional que atingiu o Brasil no dia de hoje (segunda-feira).
No domingo (8), Maia havia declarado, em redes sociais, que a economia mundial “se deteriora rapidamente”, que o Brasil não escaparia dos efeitos e que os poderes da República precisam agir “em harmonia” e com “espírito democrático”.
“Esta crise pode virar uma oportunidade de somar forças em busca de soluções necessárias e urgentes”, escreveu, pontuando também que “o Congresso está pronto para avançar com as reformas necessárias capazes de restabelecer a confiança”.
*O repórter viajou a convite do Movimento Todos pela Educação